O aumento da procura e o crescimento cada vez mais forte da actividade de venda estão a impulsionar a recuperação preços no mercado de compra e venda de habitação em Portugal.
Já no sector do arrendamento os valores das rendas mantiveram-se estáveis pelo quarto mês consecutivo, sucedendo assim a anos de quedas persistentes no valor deste indicador.
No mercado de compra e venda, o inquérito RICS/Ci Portuguese Housing Market Survey (PHMS) de Junho destaca o maior dinamismo do lado da procura, com o interesse dos compradores a continuar a crescer a um ritmo consistente em todos os mercados regionais. Destaque ainda para o mercado do Porto, que foi a região onde esse crescimento foi mais pronunciado no mês em análise.
Também as vendas recentemente acordadas subiram ao ritmo mensal mais acentuado desde que o inquérito foi lançado em 2010, observando-se em Junho uma subida contínua há um ano e meio. E as expectativas dos inquiridos pelo PHMS relativas às vendas indicam um crescimento ainda mais forte da actividade no curto prazo, mesmo que o saldo de respostas tenha diminuído ligeiramente em Junho face ao máximo obtido no mês anterior.
Motivado pela melhoria contínua tanto na procura como nas vendas, os preços continuam a recuperar pelo sexto mês consecutivo. O RICS/Ci PHMS apurou que ritmo da inflacção dos preços da habitação em Portugal acelerou um pouco em Junho, movido principalmente pelos fortes ganhos observados em Lisboa. E as expectativas para o futuro continuam bastante optimistas, com os inquiridos as anteverem uma forte subida dos preços no curto prazo. Assim, as expectativas apontam para uma subida de 2,7% dos preços a nível nacional nos próximos 12 meses. Numa análise região a região, e uma vez mais, será em Lisboa e do Algarve que a recuperação será mais acentuada (na ordem dos 3% em ambos os casos), ao passo que no Porto o crescimento estimado dos preços deverá ficar-se pelos 2%.
Para Simon Rubinsohn, economista chefe do RICS, “a recuperação da actividade do mercado de compra e venda parece estar a ganhar impulso, conduzida pela melhoria dos fundamentos económicos e pelo aumento da confiança. Contudo, permanecem riscos significativos na área do euro que podem afetar o sentimento de mercado se não se encontrar uma resolução”.
Contudo, realça Ricardo Guimarães, director da Ci, “foi importante verificar a resiliência do mercado português face à incerteza causada pela crise grega. Os riscos foram destacados pelos agentes mas, contudo, os indicadores de atividade mantiveram-se claramente positivos, no que respeita a vendas e preços. Este foi um teste crítico para o mercado, reforçando o seu potencial”.
Já no que toca ao mercado de arrendamento, o RICS/Ci PHMS de Junho destaca que embora a procura tenha continuado a crescer solidamente em Junho, já o número de novos anúncios colocados pelos proprietários voltou a diminuir. E, em resultado disso, as rendas mantiveram-se praticamente inalteradas pelo quarto mês consecutivo, com as expectativas dos participantes do inquérito a sugerir que se aproxima um novo período de estabilidade.