Só no primeiro semestre de 2015, o volume de negócios no sector comercial ultrapassou a fasquia de mais de mil milhões de euros em activos de imobiliário comercial. Este valor cifrou-se em 30% acima do valor registado no ano ‘inteiro’ transacto (689M€). Segundo o Managing Partner da Cushman & Wakefield (C&W), Eric van Leuven, tudo indica que o ano vai fechar “no mínimo com o dobro do investimento de 2014”.
A C&W divulgou a mais recente edição do Marketbeat Outuno 2015 e os dados avançados não poderiam ser mais animadores para o sector imobiliário nacional. De acordo com a directora do departamento de research & consultoria da Cushman & Wakefield tudo indica que “até ao final do ano, o investimento imobiliário em Portugal deverá chegar aos dois mil milhões de euros”. A confirmar-se, ultrapassará o melhor ano de sempre do imobiliário nacional que foi 2007 quando se alcançou os 1.196 milhões de euros.
Marta Esteves Costa esclareceu ainda que este elevado nível de transacções está muito ancorado no “regresso do investimento estrangeiro”, que representou 90% do total investido, dominado pelos capitais norte-americanos que ascenderam a 500 milhões de euros, e pelo retalho, responsável por 73% do volume de negócio.
Uma das maiores operações destacada pela consultora foi para a aquisição do Almada Forum e Forum Montijo pela Blackstone (cerca de 330 milhões de euros). Eric van Leuven adiantou que este investimento passa por uma “lógica de plataforma Ibérica” do grupo que poderá passar também por uma estratégia de “centros comerciais na Europa”.
A esta operação junta-se o portfólio dos Hotéis Tivoli adquiridos pelos tailandeses Minor International (118 milhões de euros). Aliás, Eric van Leuven salientou que existirá uma “tendência para ocorrer mais vezes este tipo de investimento”.
A consultora avançou que presentemente tem “vários negócios em pipeline”, sendo que tem também em “fase final” investimentos no valor de aproximadamente 400 milhões de euros.
Eric van Leuven explicou ainda que “muitos dos compradores (nomeadamente norte-americanos) têm um horizonte curto de investimento (designados por ‘oportunísticos ou ‘value add’) e esperam entre três a cinco anos sair com ganhos”. Por outras palavras, “no futuro próximo vai haver muito movimento porque o que compraram agora vão querer vender”.