A Câmara Municipal do Porto prevê obter 18,6 milhões de euros com a venda de vários imóveis em 2016. Da informação que consta do orçamento municipal encontra-se a designada Casa Manoel de Oliveira e o Palacete Pinto Leite.

Da “listagem dos imóveis a alienar” incluída nos documentos de gestão previsional para 2016 que o executivo camarário vota na sexta-feira, e a que a Lusa teve acesso, foi retirado o ex-matadouro municipal, cuja venda constava do orçamento para 2015 por 5,05 milhões de euros.

A Casa Manoel de Oliveira, projectada há cerca de duas décadas pelo arquitecto Eduardo Souto Moura para acolher o espólio do cineasta que morreu em Abril, apresenta o valor global de 1,58 milhões de euros, o mesmo montante base da hasta pública de 2014, que ficou deserta.

No documento, o equipamento não é identificado pelo nome do realizador, havendo apenas referência a duas fracções de terreno com entradas pelas ruas Viana de Lima e Bartolomeu Velho. Uma está avaliada em 1,014 milhões de euros e outra em 568 milhões, exactamente a mesma localização e o mesmo valor do imóvel do leilão realizado no início do mandato do presidente da autarquia do Porto.

Para o autarca não faz sentido “manter uma casa que nunca foi utilizada”, recordando ser conhecido o projecto de construção de um edificado para Manoel de Oliveira em Serralves.

O projecto da casa na Foz foi lançado em 1998 e a obra ficou pronta em 2003, mas nunca foi formalizado um acordo com o realizador para o uso da casa.

Quanto ao Palacete Pinto Leite, situado na rua da Maternidade, está avaliado em 2,58 milhões de euros, mas a presente listagem alerta para a possibilidade de ser vendido por 1,5 milhões de euros, tal como foi aprovado em Junho pelo executivo, se ficar afecto a fins culturais.

A câmara portuense prevê ainda vender terrenos na rua Sociedade Protectora dos Animais (965,5 mil euros), na rua John Whitehead (1,65 milhões), na Avenida de Xangai (550 mil euros), na rua do Campo Alegre e na rua do Gólgota (3,1 milhões), num lote do Plano de Pormenor das Antas (3,2 milhões) e na rua de Cervantes (950 mil), entre outros.

Foto: Turismo do Porto e Norte