Os investimentos árabes, com algumas excepções, são realizados no imobiliário português. Quem o afirma é Aida Bouabdellah, representante do 3º Fórum Económico Portugal-Países Árabes que vai decorrer em Lisboa. Mas esta interlocutora enfatiza também que as oportunidades entre os empresários portugueses e árabes passam igualmente pelos sectores da construção e do turismo.

“Os Fóruns Económicos da Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa (CCIAP) surgiram da necessidade de criar uma plataforma, um local de encontro económico geral e empresarial, para um diálogo mais activo entre as duas partes”, começa por explicar Aida Bouabdellah, representante da organização deste evento.

Quando realizaram o 1º Fórum Económico sentiram “de imediato que seria uma iniciativa a repetir e que por si, estava em falta. Posicionamos Portugal na rota dos países árabes, e os países árabes na Agenda Económica de Portugal”.

A segunda edição, no ano a seguir, confirmou o que esperavam: novas empresas árabes a participarem com o objectivo de criar parcerias, a médio e longo prazo, e empresas repetentes que, pela sua experiência no passado, decidiram participar também neste evento.

O 3º Fórum Económico Portugal-Países Árabes, que vai decorrer no Sheraton Hotel, em Lisboa, além da Conferência a realizar-se no dia 23 de Novembro e que traz a Portugal este ano mais de 10 países árabes, em que os temas a serem debatidos são altamente estratégicos para Portugal e para aqueles países, terá igualmente, e como vem sendo hábito nestas iniciativas da CCIAP, um espaço de networking empresarial, sob a forma de reuniões B2B durante todo o dia de 24 de Novembro.

De acordo com Aida Bouabdellah, o "feedback que temos tanto das empresas portuguesas presentes nas edições anteriores, como das empresas árabes, é bastante positivo. O balanço que fazemos do fórum é igualmente bastante positivo”. Como esclarece: “Estes fóruns são já um marco nas relações empresariais luso-árabes. Ajudam a identificar as novas tendências, com vista à abertura de novas estratégias e novas formas de apoiar estas relações no sentido de desenvolver a motivação e mecanismos para o investimento, com vista à criação de estruturas sustentáveis que facultem os incentivos necessários para aumentar a integração económica e a cooperação nas mais diversas áreas”.

A edição deste ano conta com uma grande adesão da parte árabe e portuguesa. Para Aida Bouabdellah “a Câmara contribui para este incremento há 38 anos, mas são as empresas portuguesas, e através do seu esforço, que concretizam esta realidade”. Por isso, diz que querem com este evento “demonstrar que existe, em primeiro lugar, um real interesse", em segundo plano "queremos aumentar estas relações, e julgamos que ao sermos contínuos, conseguimos bons resultados" e em terceiro lugar "aumentar a competitividade das empresas portuguesas nestes mercados, e atrair mais investimento para Portugal”.

No primeiro dia do fórum vai decorrer o painel dedicado ao sector da construção. Neste espaço vão ser focados os planos de desenvolvimento económicos quinquenais dos países árabes exploradores de petróleo, que ultrapassam um ‘trilião’ de euros, pelo que são várias as oportunidades que serão apresentadas em alguns destes países. Aliás, são mais de 10 os países árabes que marcam presença neste fórum económico. “Portugal tem um sector forte, composto pelas empresas portuguesas, com reais capacidades de resposta para fazer face às necessidades árabes”.

Um outro importante painel é sobre o ‘Turismo e Investimento Imobiliário’, o que se justifica pelo facto de os investimentos árabes, salvo raras excepções, incidirem sobretudo no imobiliário. Por isso, Aida Bouabdellah salienta que “hoje em dia os investidores árabes têm um profundo conhecimento do preço do metro quadrado na 5ª Avenida, nos EUA, Belgrave Square, em Londres, ou em Champs-Élysées, em Paris, ou ainda em Djerba ou em Casablanca. Isto quer dizer que temos gente especializada, e que a parte portuguesa tem de tomar conta destes conhecimentos, a fim de cativar a aumentar substancialmente a vinda dos investidores em questão”.

Face a todo o programa da edição deste ano do Fórum Económico e a tudo o que aqui foi dito, Aida Bouabdellah lança o repto: “As empresas que ainda não se inscreveram saibam que esta será uma oportunidade ímpar para entrarem em contacto com estas realidades, pelo que incentivamos que marquem presença no 3º Fórum Económico Portugal-Países Árabes, nos próximos dias 23 e 24 de Novembro”.