No mês de Outubro foram declaradas insolventes 714 empresas, menos 2% do que em Setembro. No período em foco foram criadas 2.852 empresas, elevando para 32.059 o acumulado do ano.
Em Outubro foram contabilizadas 714 insolvências, evidenciando um ligeiro recuo de 2% face às 733 empresas insolventes observadas em Setembro, mês em que se atingiu o pico mensal deste ano.
Com este resultado, o acumulado dos 10 primeiros meses de 2015 situa-se em 6.172 empresas insolventes, um nível ainda assim inferior a igual período dos anos de 2012 (-3%) e de 2013 (-8%). Já em relação a 2014, o número de empresas insolventes aumentou 10,8%, mas se retirado o efeito de setembro desse ano, o qual está relacionado com a quebra processual da plataforma do Ministério da Justiça, essa variação seria de apenas 0,5%.
No mês de Outubro, foram constituídas 2.852 empresas, elevando o acumulado do ano para 32.059, número que reflecte um crescimento de 7,8% face ao mesmo período do ano passado. Já face ao mês anterior, a tendência é de estabilização (2.825 empresas criadas em Setembro).
“Os resultados deste ano, sobretudo neste último quadrimestre, devem ser analisados cuidadosamente, se comparados com os registados em 2014 em que os valores contabilizados são questionáveis, considerando os problemas nos registos processuais. Retirado este efeito, diria que estamos num ano de estabilização, depois de uma série de anos de crescimento iniciada em 2008. De realçar a estabilização verificada ao nível das constituições face a meses anteriores, fenómeno que provavelmente não será alheio à situação política que resultou das eleições de Outubro”, comenta António Monteiro, CEO da IGNIOS.
Em termos geográficos, os distritos de Lisboa, Porto, Braga, Aveiro e Setúbal lideram quer nas insolvências quer nas constituições. No primeiro indicador, apenas o Porto apresentou uma diminuição no número de insolvências (-3,4%), considerando os dez primeiros meses do ano face a igual período do ano passado. Os restantes quatro distritos registaram um aumento nas insolvências em 2015, com Braga a apresentar a variação mais expressiva (+21,7%), o que se deve sobretudo ao aumento do número de insolvências no sector do Vestuário. Nas constituições, os cinco distritos mostraram-se menos dinâmicos em 2015, registando menos empresas criadas. Ainda assim, Aveiro e Porto aumentaram o seu peso no total das constituições face a 2014.
Já na segmentação por sector, a Construção continua a liderar as insolvências, com 1.284 empresas insolventes nos dez primeiros meses de 2015, tendo mesmo apresentado um crescimento de 4,5% nas insolvências face a 2014, embora reduzindo o seu peso para 17,8% do total. O Comércio por Grosso e a Retalho também aumentaram o número de insolvências face a 2014 (mais 5,4% para 727 e mais 5,1% para 967, respcetivamente), e mantêm-se entre os de maior peso no global das insolvências (14% e 14,6%, respectivamente). Destaca-se ainda a Indústria da Moda, com um peso de 6,4% e um aumento de 28,1% para 374 insolvências; e a Restauração, com um peso de 6,5% e um aumento de 16,9% para 471 insolvências.
Nas constituições, lideram, em termos de peso, a Hotelaria & Restauração, o Comércio a Retalho e por Grosso; a Construção e Obras Públicas; e a Indústria Transformadora. Todos estes sectores apresentaram crescimento no número de constituições face a 2014, à excepção do Comércio por Grosso, onde a criação de empresas recuou 4,4%. Deste sectores, o maior crescimento ocorreu na Hotelaria & Restauração, onde foram criadas mais 13,6% de empresas do que em 2014 (2.324 empresas criadas), influenciada pela forte exportação de serviços turísticos.