O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, defendeu que este não é o “momento propício” para alienar os terrenos da antiga Feira Popular de Lisboa. Ainda mais quando a autarquia da capital fez saber que apenas recebeu “três manifestações de interesse” e zero propostas concretas.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da APEMIP considera que este “é um momento de incerteza política, de algum sobressalto” e que, além disso, relativamente a esta segunda tentativa de venda dos terrenos pelo valor base de 135,7 milhões de euros, “os chamados investidores internacionais, até pela dimensão deste investimento, estão um pouco retraídos”.

Na opinião de Luís Lima, a autarquia lisboeta deve “chamar algumas entidades e personalidades” sobre esta matéria e “colocar isto de uma maneira completamente diferente”. Para o efeito considera que “há uma grande oferta no projecto para não habitacional” o que, a seu ver, “não sei se será o melhor”. Conhecedor do mercado local, defende que se “fosse o dono do projecto, orientava-o para o habitacional, onde há grande procura”.

De acordo com o programa do concurso, a superfície destinada ao comércio não pode ser superior a 25%, a da habitação não pode ser inferior a 25% nem exceder 35% da superfície total e 30% do terreno tem, obrigatoriamente, de ser área verde.

Estas declarações surgiram pouco antes da Câmara Municipal de Lisboa ter anunciado que não recebeu propostas que preenchessem os requisitos para comprar os antigos terrenos da Feira Popular, que iriam pela segunda vez a hasta pública Dezembro de 2015.

Ainda assim, a edilidade avançou que recebeu “três manifestações de interesse firmes e fundamentadas, por parte de investidores devidamente identificados, com solicitação da prorrogação do prazo para entrega de candidaturas que estão ainda a ser desenvolvidas”. À margem da inauguração das obras de requalificação do centro infantil João de Deus, em Alvalade, o presidente do município, Fernando Medina, afirmou aos jornalistas que a autarquia vai decidir “muito em breve” se aceita ou não estas solicitações.

Fernando Medina recordou que esta “é uma das maiores operações imobiliárias da Europa” e que “a dimensão financeira do investimento é muito maior do que o valor do terreno”.

Foto: Anabela Loureiro