O Índice do Imobiliário Comercial Global do RICS, no 3º trimestre de 2015, aponta para a manutenção de um índice de confiança positivo, no que diz respeito à recuperação da economia portuguesa que se mantém em ascensão há cerca de 18 meses.

Os preços de energia mais competitivos e a quebra na taxa de desemprego traduziram-se num aumento do índice de confiança dos consumidores. Segundo este estudo, as empresas nacionais exportadoras poderão ainda sentir alguma dificuldade em escoar os seus produtos, dado que as relações comerciais com os países emergentes são mais débeis do que com os da zona Euro, no entanto, as reformas efectuadas no mercado laboral, trouxeram maior agilidade e um reforço da procura por parte dos ocupantes.

A combinação de todos estes factores com a melhoria na obtenção de crédito tem captado a atenção dos investidores (tanto nacionais como internacionais), o que leva a prever um aumento de rendas durante o próximo ano em Portugal.

De todos os indicadores, o que mais se destaca é o índice de confiança de investimento, onde Portugal, juntamente com a Irlanda e o Japão, consegue obter as melhores prestações, em contraponto com o mercado russo e o brasileiro, cujas condições continuam progressivamente a degradar-se, enquanto a China e vários mercados asiáticos revelam fraquezas crescentes.

Ao nível do mercado de ocupantes, o Índice de Confiança dos Ocupantes registou 42 p.p.. Com efeito, o nível de procura aumentou consideravelmente nos segmentos de escritórios e retalho, enquanto o sector industrial cresceu mas de forma mais moderada, a taxa de disponibilidade diminuiu e o valor dos incentivos atribuídos pelos proprietários também. Devido ao desequilíbrio entre procura e oferta aponta-se para um aumento das rendas em todos os sectores, enquanto se espera que as rendas prime no segmento do retalho e dos escritórios registem um aumento considerável.

Já no mercado de investimento, o Índice de Confiança dos Investidores aumentou para os 48 p.p.. Os investidores nacionais e internacionais têm estado muito activos em todos os segmentos do mercado imobiliário, no entanto, os estrangeiros têm estado particularmente activos e têm vindo a reforçar a sua presença em Portugal, principalmente neste último trimestre. A este nível, a oferta de produto para venda não sofreu oscilações no segmento industrial, mas decaiu no mercado de escritórios e de retalho.

Apesar de esta ser a maior recuperação do mercado imobiliário, desde 2014, a maior parte dos inquiridos (92%) afirma que o mercado imobiliário está subavaliado, o que faz de Portugal um mercado com potencial de crescimento e de valorização.

Eric van Leuven, presidente do RICS Portugal, comenta: “As respostas ao inquérito RICS sobre a percepção dos seus membros relativamente ao estado do mercado imobiliário, tanto de ocupação como de investimento, confirmam o que observamos na prática: um grande dinamismo, mais atividade, por parte de um leque maior de investidores e inquilinos”.

Recorde-se que o Índice do Imobiliário Comercial Global do RICS monitoriza, trimestralmente, as tendências do mercado imobiliário comercial, na óptica de investidores e ocupantes, através de questionários enviados a cerca de 1.300 empresas a nível mundial.