Os moradores dos bairros sob a égide do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), no Porto, estiveram à porta desta entidade para travar o aumento do valor das rendas. De acordo com os mesmos, em alguns casos, esta subida pode chegar aos 300 euros.
Em declarações à agência Lusa, António Pereira, um dos organizadores do protesto, explicou que "os moradores não têm culpa de não terem sido aumentados desde 1993 e, agora, em apenas três anos sofrem aumentos de dez anos".
Para se ter uma noção destes aumentos, António Pereira refere que existem moradores que passaram de uma renda de 28 euros, em 2013, para 150 euros, em 2014, e que este ano já pagaram 247 euros, o que levou inclusivamente a que "algumas pessoas já tenham abandonado as casas e outras ameaçam não pagar a renda no próximo ano porque não têm mesmo condições para suportar os aumentos".
Desde 2014 que o IHRU tem vindo a aumentar de forma faseada as rendas. A contestação que surge agora deve-se ao facto de estar previsto um novo aumento em Janeiro de 2016. Desta forma, os moradores referidos por António Pereira vão passar a pagar uma renda de 320 euros que dificilmente conseguirão pagar. Este interlocutor lembra que as pessoas que vivem nestes bairros têm baixos rendimentos, os quais diminuíram acentuadamente nos últimos anos com a crise, tendo sofrido igualmente cortes salariais e a supressão de prestações sociais.
Refira-se que o IHRU tem actualmente oito edifícios sob a sua responsabilidade que se localizam em Ramalde de Meio, Pereiró, Contumil, Leonardo Coimbra, São Tomé, Sá Miranda, Paranhos e Viso.
Foto: www.jfparanhos-porto.pt