O volume total de investimento em imobiliário comercial com cerca de 70 operações realizadas aproxima-se dos dois mil milhões de euros assumindo-se assim o ano de 2015, de acordo com a consultora Worx, como o melhor de sempre em investimento.
O valor registado é mais do dobro do total do ano anterior e significativamente superior ao melhor registo até à data, no ano de 2006 com 1.500 milhões.
Para alcançar este número recorde, a Worx explica que em muito contribuiu o sector do retalho que totalizou 55% do volume total de investimento com 10 operações acima dos 50 milhões de euros. Em realce estão as vendas de centros comerciais com elevada dimensão: Dolce Vita Tejo, Almada Forum, Forum Montijo, Portfolio Dolce Vita – Coimbra, Douro e Porto, o Portfolio de Retail Parks da British Land e o Continente do Colombo.
O sector de escritórios representou aproximadamente 25% do volume total com cerca de 485 milhões. Registaram-se oito negócios acima dos 20 milhões de euros, dos quais se destacou a venda da Torre Colombo Ocidente e do Edifício Duarte Pacheco, 7. Quando comparado com o ano anterior, o peso de cada sector no total do volume manteve-se praticamente inalterado, com excepção do sector de hotéis que apresentou um crescimento acentuado, representando 12% do volume (acima dos 200 milhões).
A importância do investimento estrangeiro é cada vez mais acentuada, uma vez que representou mais de 90% do total do valor investido. Do volume total investido em Portugal 50% é norte-americano, verificando-se também uma maior diversidade de nacionalidades a investir em Portugal, em detrimento do investimento nacional que baixou. Outro factor interessante é o acréscimo de 24% no peso do volume dos negócios por parte de Fundos Internacionais.
Pedro Valente do departamento de Capital Markets acrescenta que “os dados de 2015 demonstram que o mercado imobiliário comercial continua a ser visto pelos investidores como uma classe de activos muito interessante para investimento, afirmando-se assim uma alternativa viável aos clássicos: acções, obrigações ou depósitos”.
O momento positivo no mercado conduziu a uma compressão das yields, com destaque para os sectores de retalho e escritórios. É estimável que a prime yield de escritórios esteja próxima dos 5,5% e apesar de se localizarem fora das zonas prime, as recentes transacções de shoppings levam a yield prime dos centros comerciais a rondar os 5,5%. No comércio de Rua que se encontra rejuvenescido e cada vez mais atractivo, registaram-se negócios com yields próximas dos 5%.
Ricardo Quaresma, do departamento de Capital Markets da Worx, afirma: “Podemos antever um ano de 2016 bastante positivo na área do mercado imobiliário comercial com muitos negócios que transitam de 2015 e o aumento da visibilidade do mercado nacional. Prevê-se que várias entidades vejam a oportunidade de colocar no mercado novas carteiras de activos com interesse e dimensão para investidores institucionais. A existência de portfólios com forte concentração de activos em zonas periféricas e menos valorizadas vai criar desafios à estruturação estratégica e soluções mais sofisticadas de colocação”.