A Supreme Treasure adquiriu, na segunda hasta pública promovida pela Câmara Municipal do Porto (CMP), o imóvel que deveria ter acolhido o espólio do cineasta Manoel de Oliveira. O valor de compra cifrou-se nos 1,58 milhões de euros.

Este edifício de autoria do arquitecto Souto Moura foi idealizado para acolher o espólio do realizador português Manoel de Oliveira mas o uso para o qual foi concebido nunca chegou a ser concretizado. Em 2014, a proprietária, a CMP, levou o edifício a hasta pública sem obter quaisquer propostas. Mas à segunda foi de vez.

Este imóvel foi agora adjudicado provisoriamente à Supreme Treasure que, segundo informações da agência Lusa, é uma sociedade por quotas que foi criada em Setembro de 2015, tem como principal accionista Miguel Joaquim Cardielos dos Reis e é gerida por Mário Leite da Silva, o denominado ‘braço direito’ da angolana Isabel dos Santos.

Em declarações sobre este negócio, o presidente da autarquia portuense referiu que a venda desta casa é “mais do que um alívio”, uma vez que “existia uma preocupação grande” por esta estar vetada “ao abandono”. Desta forma, Rui Moreira ‘mata de uma só cajadada dois coelhos’, pois “além do interesse monetário” da venda, resolve também o “problema de reabilitação” deste imóvel.

O autarca diz desconhecer o destino que vai ser dado a este imóvel. Ainda assim não se mostrou preocupado pois, como salientou, trata-se de um edifício de “autor” e, como tal, vai exigir sempre a aprovação do arquitecto responsável. Para Rui Moreira o ideal seria que fosse dada uma “componente cultural” a este espaço, embora defenda que “o mais importante é que seja utilizado”.