Na apresentação dos resultados de 2015 da Aguirre Newman, o director geral Paulo Silva mostrou-se optimista em relação ao imobiliário português. Este positivismo tem por base a excelente performance registada em 2015 em vários segmentos do mercado imobiliário.

Ao nível dos Escritórios, Paulo Silva revelou que existe uma “fraca oferta”, relembrando o caso do Parque das Nações onde a disponibilidade actualmente é inferior a 5%. Do mesmo modo, avançou que existe “meio milhão de metros quadrados de escritórios que estão obsoletos”. Em contrapartida, existe uma “dinâmica muito positiva” do lado da procura pelo investimento neste mercado. Perante este cenário, Paulo Silva acredita que os “promotores não vão ter dificuldade em arranjar arrendatários”.

Até ao final de 2016 está prevista a oferta de três novos edifícios de escritórios, entre construção nova e reabilitação, e para 2017 já estão equacionados dois edifícios, pelo que a oferta de escritórios aumentará em cerca de 40.000 m2.

No que diz respeito ao mercado de Retalho, Paulo Silva recordou que a lei do arrendamento beneficiou a reabilitação urbana e com isso atraiu novas lojas, nomeadamente de luxo.

As zonas prime mais procuradas de Lisboa ao nível do comércio são a Avenida da Liberdade e a Rua Garret que “estão no topo das preferências das marcas internacionais de moda e luxo”. Em 2015, as marcas internacionais representaram mais de 30% do Mercado de Retalho em Lisboa, traduzindo-se num aumento de cerca de 10% nos últimos cinco anos. Para se ter uma noção desta realidade Paulo Silva referiu que surgiram “40 marcas em cinco anos na Avenida da Liberdade”, sendo que “mais de 60% das marcas de luxo estão instaladas na Avenida da Liberdade”.

Ao nível dos centros comerciais, não tendo existido qualquer inauguração em 2015, perspectiva-se que, em 2016, esteja concluída a renovação do Fonte Nova, em Benfica, e a expansão do Oeiras Parque, bem como a Nova Arcada, em Braga. Para 2017 está equacionado no Algarve, em Loulé, uma loja Ikea, um centro comercial e um factory outlet.

O mercado de Logística “tarda em recuperar”, refere Paulo Silva. No caso particular de Lisboa, no ano passado, a procura por armazéns para logística registou um decréscimo acentuado face ao ano anterior. Em oposição, a procura por armazéns industriais registou um acréscimo generalizado. Refira-se ainda que a área contratada em 2015 versus 2014 decresceu em todas as zonas, excepto no Montijo-Alcochete e Alfragide/Carnaxide.

A Aguirre Newman declarou que, durante 2014, o investimento em Portugal, excluindo a componente residencial, foi de cerca de 826 milhões de euros, ou seja, 38% superior ao investimento total de 2013. Em 2015, estima-se que o investimento tenha sido de cerca de 2,250 milhões de euros, sendo que o investimento estrangeiro representou cerca de 86% do montante total e o nacional 14%.

Em 2015 a Aguirre Newman teve uma excelente performance e tudo indica que vai continuar a ter em 2016. Paulo Silva perspectiva mesmo um acréscimo na facturação da consultora em Portugal.