A análise do ano de 2015 feita pelo departamento de Research & Consultancy da Worx revela que o mercado de retalho acompanha o mercado de escritórios em que tem que haver investimento na construção de nova oferta. A resposta à procura que se mantém elevada deve ser mais rápida para evitar uma estagnação do mercado.
De acordo com a Worx, ao nível do Retalho mantém-se a elevada procura por áreas de retalho nas zonas prime da cidade – Avenida da Liberdade e Chiado – todavia a escassez de oferta e a demora na reabilitação dos espaços levou a que durante o ano de 2015 o número de aberturas fosse bastante mais reduzido do que nos anos anteriores. Verificou-se a abertura de cerca de 10 novas lojas nas principais localizações prime, com maior foco no Chiado, com destaque para as marcas Adidas, New Balance, Paez e Tiger.
Na Avenida da Liberdade destacam-se as aberturas da Guess, Otro e da Tumi e ainda o investimento de um milhão de euros feitos pela Loja das Meias numa nova loja no antigo Edifício da CMVM, o nº 252 da Avenida da Liberdade, que tem abertura prevista para o 1º trimestre de 2016.
No Porto o mercado de retalho na zona da Baixa demonstrou alguns sinais de retoma durante 2015, com destaque para a Rua de Santa Catarina, que também contou com a abertura de novas lojas, sendo exemplo a Ericeira Surf & Skate e a Pedra Dura.
Em relação ao mercado de Centros Comerciais, que teve o seu apogeu nos anos 90/00 em Portugal tem mantido uma tendência de estabilização. O stock reflecte essa mesma situação, mantendo-se na ordem dos 3,7 milhões de m², não se registando qualquer abertura em 2015. Este ano prevê-se que o stock aumente, devido à abertura do centro comercial Nova Arcada em Braga. Mantém-se a previsão de abertura o projecto Ikea em Loulé para 2017.
Relativamente às tendências, a consultora prevê no comércio de rua que os valores de arrendamento nas zonas prime de Lisboa se mantenham em níveis históricos ainda durante 2016, com tendência para estabilização nos anos seguintes. A escassez de oferta nas zonas prime aumenta a necessidade dos operadores na expansão para novas zonas da cidade, sendo a Baixa e a zona do Cais do Sodré duas das localizações que começam a despontar.
O elevado interesse dos investidores internacionais em activos prime de retail trouxe um maior dinamismo ao mercado, verificando-se uma tendência para a subida das rendas, tanto ao nível do comércio de rua como dos Centros Comerciais. Em activos bem estruturados mas localizados em cidades secundárias verifica-se uma tendência para a recuperação das rendas fixas, associada ao aumento do consumo e consequente aumento do volume de vendas dos lojistas.
Acrescenta o departamento de Research & Consultancy da Worx que “o mercado de retalho em localizações prime apresenta níveis de procura muito elevados e não se prevê uma oferta futura que apresente uma resposta adequada. Apesar dos vários projectos de reabilitação em curso, os períodos longos que levam as reabilitações de activos provocam uma escassez na oferta e consequente aumento dos preços e pressão nas yields. A expansão de várias empresas para outras zonas da cidade, com destaque para a zona ribeirinha, aumentará a oferta e esse dinamismo terá repercussões em todos os setores do mercado imobiliário, criando assim novas e boas oportunidades”.
Mantém-se a tendência de aumento do número de utilizadores de e-commerce em Portugal, que em 2015 foi de 22,6%, e que segundo previsões da ACEPI/IDC será de 35% em 2017.