A constituição de novas empresas registou um menor dinamismo no primeiro mês de 2016, com um decréscimo homólogo de 10,1%, de acordo com a IGNIOS. Já o número de empresas insolventes cresceu 15,8% face ao mesmo mês de 2015.
Os dados revelados pela IGNIOS no ‘Observatório de Negócios, Insolvências, Créditos Vencidos e Constituições’, referente a Janeiro, demonstram que, no arranque do ano, a dinâmica empresarial em Portugal apresentou um comportamento menos positivo do que nos dois anos anteriores.
No indicador de insolvências, a nota foi de crescimento em Janeiro de 2016, mês em que se registaram 689 empresas insolventes em Portugal, numa subida de 15,8% face ao mesmo mês de 2015. Nos meses de Janeiro, após uma tendência de crescimento registada entre 2008 e 2013, os anos de 2014 e 2015 haviam sido de quebra homóloga, agora interrompida pelo primeiro mês de 2016. Não obstante o retomar da tendência de subida, as insolvências em Janeiro deste ano permanecem, em termos absolutos, abaixo de iguais meses do ano 2013 e 2014, quando foram atingidos picos de, respectivamente, 742 e 737 insolvências.
Para António Monteiro, CEO da empresa, “é ainda cedo para conseguirmos determinar se esta é uma tendência que ganhará corpo no decurso do ano, mas é certo que o percurso de subida já tem vindo a ser evidente desde meados do ano passado. O comportamento da Economia e, especialmente, da procura interna será determinante para a evolução deste indicador, até tendo em conta que são nos setores dependentes desta última que se registaram quer a maioria das insolvências quer também as maiores reduções nas constituições de empresas”.
Também a constituição de empresas mostrou uma performance menos animadora no início do ano, com 4.077 empresas criadas em Janeiro, ou seja, menos 10,1% do que no mesmo mês de 2015. Em termos sectoriais, o único aumento relevante em termos homólogos foi na área e alojamento e restauração, cujo peso no total cresceu de 10,8% para 12,1%. Ainda assim, o número de constituições neste sector expandiu apenas 0,2%. Já o comércio a retalho, por grosso e de veículos registaram quedas significativas nas constituições (de entre 8% e 16%). Nestes três vectores do comércio, apenas o primeiro aumentou o seu peso no total (de 12,2% para 12,5%). Os outros dois perderam expressividade.
Na distribuição geográfica, os distritos de Lisboa, Porto, Braga, Aveiro e Setúbal continuam a ser os mais dinâmicos na constituição de empresas.