A 4ª cerimónia de entrega do prémio André Jordan 2016 decorre no dia 12 de Outubro, pelas 16h30, no Museu Nacional de Arte Antiga e pretende distinguir os melhores trabalhos de investigação académica relacionados com o mercado imobiliário, promovendo a difusão desse conhecimento pelos profissionais do mercado.

Nesta cerimónia, André Jordan, Chairman do Grupo André Jordan, Luís Amado, gestor e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, e Augusto Mateus, economista e presidente do júri do Prémio André Jordan, irão constituir um painel de reflexão sobre os principais temas que determinam o futuro da economia e do mercado imobiliário. Os estudos premiados na edição 2016 focam-se na Investigação em Economia do Imobiliário e serão apresentados durante o evento.

O prémio principal, relativo a Doutoramentos ou Artigos Científicos, foi atribuído a uma linha de investigação que envolve diversos autores de universidades nacionais e internacionais e que aplica ao imobiliário técnicas matemáticas para a construção de modelos de suporte à tomada de decisão, abrindo a porta a análises que eram antes inviáveis devido à ausência de bases de dados.

O prémio na categoria de Dissertações de Mestrado é igualmente inovadora, explicando as opções de investimento na reabilitação urbana à luz da Teoria do Jogos, dessa forma pondo em evidência a racionalidade económica das opções de investimento ou não investimento por parte dos proprietários.

O prémio André Jordan visa a promoção e difusão de estudos relacionados com a economia do imobiliário, tendo como presidente do júri o professor Augusto Mateus.

O grupo de investigadores composto pelos professores Fernando Ferreira, Marjan Jalali, Leva Meidute-Kavaliauskiene e Nelson António, todos do ISCTE Business School, aos quais se juntam as Mestrandas Vanda Martins, Marlene Filipe e Sílvia Canas, foi o vencedor da Edição 2016 do Prémio André Jordan, na categoria de Doutoramentos/Artigos Científicos.

O trabalho destes autores focou-se na aplicação de metodologias de análise multicritério combinadas com a construção de mapas cognitivos, ao mercado imobiliário. Esse tipo de técnicas torna possível a construção de modelos para responder a diversas questões que são essenciais para os investidores no mercado imobiliário, como seja o time-on-market ou o rendimento de rendas dos imóveis.

O objectivo deste trabalho é utilizar previsões qualitativas para definir as tendências do mercado imobiliário e suportar com base em dados credíveis a tomada de decisão por parte desses agentes. Este tipo de metodologias permite modelar informação qualitativa e subjectiva, de natureza empírica, obtida através de focus-groups de profissionais de mercado, ultrapassando um dos principais obstáculos à produção de estudos que é a ausência de bases de dados com informação adequada para esse tipo de análises.

Além dos temas tratados (rendas e time-on-market), existe um elevado potencial de aplicação a muitas outras variáveis chave para a sustentação da decisão sobre investimentos e financiamento de operações imobiliárias. Os estudos em causa resultam em três artigos científicos, sintetizados com o tema-chapéu ‘Enhancing real estate decisions using cognitive mapping and MCDA: insights from real-life applications’.

Por último, na categoria de Dissertações de Mestrado, o prémio foi para Beatriz Cabral de Melo, da Universidade de Lisboa – Instituto Superior Técnico, com o estudo intitulado ‘Efeito das externalidades no investimento em reabilitação urbana: uma aplicação da Teoria de Jogos’.

Esta investigação parte da aplicação da Teoria de Jogos para avaliar as externalidades envolvidas no processo de reabilitação urbana e a forma como estas influenciam a tomada de decisão dos proprietários. A Teoria de Jogos é uma poderosa ferramenta nas ciências sociais sendo particularmente interessante no estudo de decisões relacionadas com questões espaciais. Neste âmbito foi desenvolvido um modelo teórico e um modelo empírico que demonstraram a ausência de um incentivo natural aos proprietários/investidores para reabilitar uma zona degradada. São necessários factores exógenos (ex. incentivos públicos) para iniciar o processo, e incentivar os primeiros investidores a decidiram pela reabilitação dos imóveis. Este aspecto poderá ter repercussões na forma como se desenvolvem empreendimentos futuros na área da reabilitação e imobiliário. Trata-se de um estudo com elevada actualidade, ajudando a explicar a falta de dinâmica que os centros históricos tiveram até à implementação de políticas públicas activas e ao emergir de uma forte procura relacionada com o sector do turismo.

Foto: Por Fulviusbsas - personal archive, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1020653