Os volumes de investimento captado pelos ‘Vistos Gold’ estagnam, em média, nos últimos três meses, apenas 56 milhões de euros, ou seja, menos 39,5% que no final do 2º trimestre do ano. Mas será que este programa só representa estes 50 a 60 milhões de euros por mês, que se têm vindo a registar?

Esta é a questão que o presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), Manuel Reis Campos, coloca quando confrontado com os números referentes ao mês de Outubro, relativos à evolução do programa dos ‘Vistos Gold’.

Com 58,6 milhões de euros captados em Outubro, valor que representa uma variação de apenas 164 mil euros face ao mês anterior. Por outro lado, a média apurada nos últimos três meses, 56 milhões de euros, situa-se 39,5% abaixo da verificada no final do 2º trimestre do ano, 92,5 milhões de euros.

Perante estes factos, Reis Campos diz que “há que fazer uma avaliação global, que nos permita compreender se, na verdade, os números mensais reflectem a procura por parte dos investidores ou, tão somente, a capacidade de resposta dos serviços da administração”.

Salientando a importância de um programa que, desde a sua criação foi responsável por um investimento total de 2,4 mil milhões de euros, dos quais, 2,1 mil milhões, em imobiliário nacional, a CPCI alerta para a necessidade de assegurar a competitividade de Portugal, face aos demais países europeus que apresentam regimes legais similares, mas que, ao contrário de Portugal não oferecem oferta imobiliária de excelência, património histórico e cultural único, rede de infra-estruturas de elevada qualidade, e um incomparável posicionamento geoestratégico, factores que fazem a diferença e que ainda pesam na decisão do investidor estrangeiro”.

“Este deverá ser o momento em que a discussão terá de estar centrada nas potencialidades de programas como os ‘Vistos Gold’ e o Regime de Tributação de Residentes não Habituais, de forma a contribuir para a coesão territorial e para a dinamização de domínios estratégicos como a Reabilitação Urbana e consequente criação de emprego”, conclui Reis Campos.

Foto: Anabela Loureiro