“O grande crescimento no ano passado foram as famílias portuguesas”, afirmou o director-geral da ERA imobiliária em Portugal, Miguel Poisson. Mas os compradores estrangeiros continuam em alta, representando 12% dos mais de 12 mil imóveis vendidos por esta rede no ano transacto.
Na apresentação dos resultados da rede ERA em 2016, o director-geral anunciou que a ERA teve um aumento da facturação na ordem dos 30%, comparativamente ao período homólogo de 2015, tendo registado o valor total de venda de imóveis de 1.500 milhões de euros.
Este foi, pois, “o melhor ano de sempre desde que a ERA chegou a Portugal” em 1998. 2010 e 2015 foram outros dois anos em que a marca obteve semelhantes e significativas transacções.
Para este aumento de vendas da rede muito contribuíram as famílias portuguesas que, segundo o representante, “tinham estado a adiar” a compra de imóveis para habitação e que no ano passado voltaram a fazê-lo. Esta situação é também fruto do crescimento do crédito à habitação que, de 2015 para 2016, cresceu na ordem dos 44%, tendo-se verificado a concessão de 5.800 milhões de euros.
Mas os compradores estrangeiros representam igualmente uma importante fatia na carteira desta rede. Entre as nacionalidades que mais compram imóveis em Portugal, Miguel Poisson salientou o aumento da procura por parte dos franceses, sobretudo reformados que preferem as localizações de Lisboa, Porto e Algarve, e que representaram 25% das transacções da ERA. Seguem-se os ingleses, cuja opção continua a ser o Algarve, e que traduzem 14% das vendas da rede; e os brasileiros com menor expressão mas que ainda assim representam 6% das transacções e têm um “potencial de crescimento”.
Existem outras nacionalidades que procuram igualmente o nosso País, como é o caso dos investidores e compradores oriundos da Bélgica, países nórdicos ou Médio Oriente. O representante esclareceu ainda que “a procura chinesa decresceu mas continua a existir” e continua a protagonizar as vendas o abrigo do Regime Fiscal para residentes não habituais.
Em 2016, o preço médio de venda de imóveis foi de 123 mil euros mas, como salienta, quando envolve “compradores estrangeiros” essa média passa a ter “preços mais elevados” e próximos dos 250 mil euros.
“O arrendamento decresceu em 2016”, refere, avançando que actualmente a ERA conta com apenas 16% destas transacções, quando já foi de 50%. Para esta descida terá contribuído o facto de os investidores, apercebendo-se do bom momento turístico, preferirem optar por contratos com “cláusulas com subarrendamento” para colocar os imóveis no alojamento local, o que lhes permite também “obter maiores rentabilidades”.
Relativamente ao portfólio dos bancos, o director-geral avançou que, em 2016, a ERA vendeu mais de 1.000 imóveis, tendo atingido o valor total de vendas de mais de 80 milhões de euros, sendo que, actualmente a rede tem em carteira mais de 12.600 imóveis dos bancos. A este propósito, Miguel Poisson destacou o facto de mais de 70% do portfólio dos bancos ser constituído por imóveis não-residenciais.
Para 2017, a ERA prevê que o mercado imobiliário cresça 20% mas reconhece que “é provável que se assista à entrada de mais fundos estrangeiros, como dos Estados Unidos da América e do Reino Unido, em Portugal” com o intuito de adquirir empreendimentos semi-acabados como forma de ultrapassar a falta de oferta nova não só em Lisboa e Porto, como no Algarve.
Do mesmo modo, vaticina que o crédito à habitação suba entre 25 a 30%, até porque, como diz, “estamos a assistir à entrada de novos bancos no crédito à habitação”, pelos que “os níveis podem aumentar”.
Este ano deverá também haver um aumento de projectos de construção, nomeadamente nas zonas mais turísticas do País.
A ERA conta com 186 lojas e 2.350 colaboradores em todo o País que vai reunir nos próximos dias 24 e 25 de Março, no Porto, na sua Convenção Anual. Subordinada ao tema ‘ERA Tech Summit’ vai ser o local escolhido para divulgar “os números absolutos que a rede obteve em 2016” e “lançar estratégias para 2017”.
Foto: Anabela Loureiro