De acordo com dados avançados pela Lusa, cujos cálculos foram realizados pela Deco/Dinheiro&Direitos, os clientes com empréstimo à habitação voltaram a pagar menos ao banco no mês de Março. As prestações renovam, assim, mínimos históricos.
Segundo esta análise, um cliente que tenha contraído um empréstimo no valor de 150 mil euros, pelo período de 30 anos, a uma taxa indexa à Euribor a seis meses (a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação) e com um spread (margem de lucro do banco) de 1% vai passar a pagar já no mês de Março 466,03 euros, ou seja, menos 3,52 euros do que o que pagava mensalmente desde que foi concretizada a última revisão (Setembro 2016). Se este cálculo for referente a um empréstimo, nas mesmas condições, mas indexado à taxa Euribor a três meses, então o valor a pagar será de 460,13 euros, isto é, menos 1,07 euros do que a última revisão (Dezembro de 2016).
A Deco/Dinheiro&Direitos adianta que os valores a pagar pela prestação ao banco, no mês em foco, são os mais baixos desde Dezembro de 2010, altura em que a Lusa começou a compilar estes dados.
Refira-se que as prestações da casa têm caído consecutivamente, acompanhando a redução das taxas Euribor, que negoceiam em valores negativos históricos.
De acordo com os dados do Banco de Portugal, o total de empréstimos concedidos pelas instituições bancárias às famílias para a aquisição de habitação atingiram em Janeiro de 2017 os 100.389 milhões de euros, ou seja, menos 3,12% face ao stock existente em Janeiro de 2016. Outra realidade constatada é que tem-se verificado, de igual modo, uma maior amortização de capital em dívida por parte de clientes.