O investimento imobiliário no sector comercial em Portugal ao longo dos primeiros meses de 2017 registou uma actividade intensa, o que leva a consultora Cushman & Wakefield a vaticinar que o ano irá fechar com novo recorde.
Após em 2016 se terem transaccionado activos imobiliários comerciais num volume global de mais de 1.300 milhões de euros - o segundo valor mais alto de que existe registo em Portugal - 2017 promete bater novos recordes em termos de volume de investimento, segundo os últimos dados de research da Cushman & Wakefield.
Até à data foram fechados 10 negócios de investimento de imobiliário comercial em Portugal que envolveram cerca de 180 milhões de euros. Em fase avançada de negociação foi possível apurar um montante que ronda os 600 milhões de euros, valor que aponta para um volume de transacções de investimento comercial em Portugal nos primeiros seis meses do ano próximo dos 800 milhões de euros. A concretizar-se esta estimativa de volume de investimento de Janeiro a Junho de 2017, o primeiro semestre deste ano figurará no Top 3 do ranking de investimento imobiliário em Portugal, ultrapassado apenas por 2015 e 2016.
Os investidores estrangeiros mantêm-se extremamente activos no mercado, mas é relevante uma maior presença de players nacionais, que terão sido responsáveis por 30% do volume investido. O sector que maior capital atraiu até à data foi o de escritórios, ultrapassando os 100 milhões de euros em volume, valor para o qual contribuiu em larga escala o maior negócio até à data, a venda do Edifício Entreposto à Signal Capital por 65 milhões de euros.
Tendo em conta as operações em fase avançada de negociação, 2017 deverá apresentar uma distribuição do investimento semelhante à verificada em 2016, com os sectores de retalho e de escritórios a captarem uma parcela muito significativa dos capitais investidos, e os activos hoteleiros e industriais a contribuírem em menor escala.
Relativamente aos valores de mercado, 2016 foi marcado por uma correcção acentuada das yields, com os valores prime a situarem-se nos 4,90% para escritórios, 5% para centros comerciais, 4,75% para comércio de rua e 6,50% para industrial; reflectindo mínimos históricos para comércio de rua, escritórios e centros comerciais. As perspectivas de evolução de valor ao longo de 2017 apontam para uma correcção menos acentuada, ou mesmo estabilidade, ao nível das yields, sendo mais provável uma valorização dos activos via evolução positiva das rendas, sobretudo no comércio de rua e escritórios.