Foi aprovada a construção de duas torres na zona do Areeiro, em Lisboa, cada uma com 10 pisos, que vai incluir habitação e comércio. As vozes contra já fizeram saber que existirá um “impacto urbanístico brutal”.
As torres em questão vão nascer na Avenida Professora Margarida Vieira Mendes, na freguesia do Areeiro, e de acordo com a proposta assinada pelo vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, os dois edifícios possuem 10 pisos. Uma das torres vai contar com uma superfície de pavimento de 8.775,56m2, 72 fogos habitacionais e uma loja, a par de três pisos em cave e 86 lugares de estacionamento. A segunda torre vai ter uma superfície de pavimento de 9.416,65m2, 73 fogos habitacionais e duas lojas, igualmente três pisos em cave e 102 lugares de estacionamento.
Recorde-se que este projecto de mix use foi apresentado, em 2014, pela empresa Santo Empreendimentos Turísticos, correspondendo a “escrituras públicas realizadas em 1993 e 2000” com a autarquia da capital. No entanto, como o vereador do Urbanismo salienta no documento da proposta, a sua viabilidade depende da “realização de obras de urbanização, designadamente, alterações ao nível da estrutura viária e pedonal envolvente a cargo dos promotores”.
Esta proposta agora aprovada foi debatida em reunião camarária privada mas, no final, e em declarações à agência Lusa, verificou-se o descontentamento por parte de alguns vereadores, nomeadamente do vereador António Prôa que defendeu que este projecto vai ter “uma altura brutal e um impacto urbanístico brutal” traduzindo-se numa “ocupação violentíssima que vai prejudicar a qualidade daquela zona da cidade”. Opinião partilhada pelo vereador Carlos Moura que considera que “se está a densificar demais” a zona do Areeiro.
Na mesma reunião foi ainda aprovado um projecto de arquitectura para transformar o antigo cinema Odeon num edifício com 10 apartamentos e uma loja; pedido de licenciamento para ocupação do edifício da antiga fábrica de azulejos que existia no interior do Quarteirão do Marianos, na freguesia da Estrela, com 43 fogos de habitação, áreas de comércio e lazer; e acordo de permuta de um terreno por um prédio com a sociedade de promoção imobiliária Jardins Expo, na qual a extinta empresa municipal de urbanização tinha participação accionista.
Foto: Por Manuelvbotelho - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=23350654