A agência Lusa consultou algumas imobiliárias e chegou à conclusão que o arrendamento para estudantes universitários continua a registar uma maior procura do que oferta. Na oferta dominam os quartos.
Fonte oficial da ERA avançou à Lusa que as cidades mais procuradas pelos estudantes continuam a ser Lisboa e Porto, mas existem outras que já revelam igualmente maior procura, tal é caso de Aveiro, Vila Real, Coimbra, Almada, Setúbal, Braga, Faro, Covilhã e Évora. No caso particular da cidade portuense, Paranhos é a freguesia mais procurada e onde se localiza o Pólo Universitário do Porto, já que os estudantes procuram locais para poderem ir a pé ou com transportes directos para as aulas.
A Century 21 acrescenta ainda as zonas de Hospital São João, Rua do Campo Alegre e Baixa. Avançando também que o preço médio na cidade ao nível dos quartos é de 225 euros e nos apartamentos varia entre os 500 (T1) e 700 euros (T2).
De uma forma geral, todas as imobiliárias referem que, em Lisboa, a procura centra-se em casas, principalmente junto da rede do metro, rondando o preço por quarto entre os 250 a 350 euros. Já ao nível dos apartamentos, a ERA revela que um T2 é “a tipologia mais procurada e tem um preço médio de 850 euros, enquanto a REMAX adianta que os preços são “acima dos 700 euros”.
Já a Century 21 demonstra que, a “nível nacional, os preços médios de arrendamento de quartos vão até aos 200 euros, enquanto os preços médios de arrendamento de apartamentos se situam nos 600 euros”, sendo que os valores crescem em Lisboa e no Porto face ao “enorme desequilíbrio que se verifica entre a procura e a oferta existente no mercado".
A Uniplaces salientou que existiu um “aumento de 65% na procura em Lisboa face ao 1.º trimestre de 2016 e 94% na cidade do Porto”.
De acordo com dados desta plataforma digital de arrendamento de casas para estudantes, referentes aos primeiros três meses do ano, um quarto em Lisboa custa em média 355 euros e no Porto 268 euros, enquanto os apartamentos rondam os 752,94 na capital e 598,93 no Porto.
Ao nível da procura, a Uniplaces destaca que a proximidade dos campus universitários “tem uma forte preponderância na procura”, sendo que as cinco zonas mais procuradas em Lisboa são Arroios, Alameda, Saldanha, Entrecampos, Picoas e no Porto são Paranhos, Cedofeita, Bonfim, Santo Ildefonso, Ramalde.
Um estudo de 2016, revela que o preço médio em Portugal era 220 euros mensais, com Lisboa a liderar os valores (257 euros mensais), seguindo-se Porto (209 euros por mês) e Coimbra (173 euros).
A Century 21 enfatizou ainda a questão do mercado paralelo continua com um “peso bastante significativo” uma vez que a “maioria dos arrendamentos universitários ser efectuada informalmente”. Por isso a rede de mediação defende que, mais do que a legislação ou incentivos fiscais, “é necessária a entrada no mercado de operadores privados de grande dimensão, que possam constituir grandes carteiras de imóveis para arrendamento" que permitam valores de rendas mais baixas”.
A Lusa foca ainda um estudo recente da consultora JLL referente às residências de estudantes, onde diz que “Portugal está também cada vez mais no radar dos investidores” e que há “actualmente entre quatro a cinco mil milhões de euros de capitais disponíveis em busca de stock de residências de estudantes na Europa”.
A directora de consultoria e research da JLL, Maria Empis, e tendo em conta este cenário, declara que “Portugal não é excepção a esta dinâmica europeia que tem transformado um nicho até há pouco negligenciado num mercado vibrante e profissionalizado”.
Nestas residências, os valores variam entre os 350 e os 600 euros mensais por quarto e no caso particular da capital existe uma capacidade superior a 300 estudantes distribuídos por seis residências. As perspectivas são de que vão surgir vários projectos nos próximos dois anos, nomeadamente nas áreas do Saldanha, Almirante Reis e o Bairro Alto. Já na Invicta apenas existe uma residência com capacidade para 195 alunos, existindo uma clara preferência pelas áreas da Baixa e de Paranhos.
Foto: Anabela Loureiro