No âmbito do seu 13º aniversário, a Quintela & Penalva – Real Estate organizou a conferência ‘O sector imobiliário enquanto alavanca do crescimento económico em Portugal’. O momento serviu também para revelar que os clientes internacionais representam já 41% do volume de negócios da empresa.
A conferência de imprensa contou com a participação de Hugo Santos Ferreira, secretário-Geral da APPII, João Duque, professor do ISEG, Francisco Quintela e Carlos Penalva, co-fundadores e partners da Quintela & Penalva – Real Estate, e moderação de João Vieira Pereira, debatendo-se a importância do sector imobiliário na captação de investimento directo estrangeiro.
Seguiu-se um jantar, que juntou mais de 1.500 clientes, parceiros e investidores, num dos palácios mais emblemáticos e românticos do Chiado, na Rua das Flores.
Sob a premissa de Portugal estar na moda, o que se repercute nos preços de mercado, com alguns imóveis do centro de Lisboa ou no Estoril a atingir valores acima dos 10.000€/m2, os oradores analisaram o sector e discorreram sobre algumas matérias relevantes para a actualidade nacional.
João Duque deu o mote e chamou a atenção para algumas premissas a considerar, como “os factores externos que potenciam a procura internacional pelo nosso País, os receios de uma bolha imobiliária que congele a médio prazo o mercado imobiliário nacional ou as caraterísticas de Portugal como fator de atractividade de investimento estrangeiro, entre as quais a segurança e a hospitalidade”.
Os Golden Visa e o ARI (Autorização de Residência para Actividade de Investimento) foram alguns dos temas debatidos. No caso dos Golden Visa, apesar de serem aplicados a inúmeras actividades, cerca de 95% são consequência de investimentos imobiliários, com destaque para os investidores chineses e brasileiros, mas também os oriundos do Médio Oriente. Quanto ao programa de residentes não habituais, os números são esclarecedores: entre 2009 e 2013, os pedidos não ultrapassaram a centena, em 2014 chegaram ao milhar, em 2015, aos 7.415 e, em 2016, ultrapassaram os 10 mil, sendo que, só no primeiro trimestre de 2017, o valor rondou os seis mil pedidos. Hugo Santos Ferreira referiu, mesmo, que “há espaço para continuar a crescer” e deu o exemplo “dos investidores franceses que começam a optar por imóveis em Santos, agora que o Príncipe Real parece esgotado”.
Destaque, ainda, para o alojamento local, que gera receitas de 166 milhões de euros, com um impacto na economia de 1,070 mil milhões de euros. Para além do short renting, outra grande oportunidade de negócio é o student housing, residências para estudantes feitas de raiz, mas um conceito ainda pouco explorado em Portugal.
Por parte dos partners Quintela & Penalva – Real Estate, a certeza da cada vez maior importância dos investidores estrangeiros. A crescente intermediação em negócios de aquisição de imóveis por parte de estrangeiros (e serviço totalmente dedicado ao acompanhamento do cliente após a compra do imóvel, aspecto pouco valorizado em Portugal, mas que merece especial atenção pela consultora imobiliária) é uma evidência comprovada pelos números. Francisco Quintela revelou que “em 2015, 25% dos clientes eram estrangeiros, em 2016 subiu para 34% e, no primeiro trimestre deste ano, o valor atingiu os 41%”.
Destaque para os clientes brasileiros, que procuram a segurança do nosso País, a afinidade cultural e um sistema fiscal mais estável do que o do seu país; para os suecos, atraídos pelas condições endógenas do clima português e que encontram em Portugal o seu espaço para gozar a reforma e para os franceses, que procuram os centros urbanos das cidades, em especial Lisboa, em busca de imóveis históricos para reabilitar. Em 2016, os franceses compraram mais do que qualquer outro investidor estrangeiro (25% do total investido por estrangeiros, à frente de britânicos, com 19%, e chineses, 13%), investindo mais de dois mil milhões de euros em imóveis.
Segundo Carlos Penalva, “o valor médio dos negócios em que a Quintela & Penalva interveio atinge os 4.954€/m2”, ressalvando que é necessário “o devido enquadramento quanto à caracterização dos clientes-tipo com quem trabalhamos, focado nos segmentos médio-alto e premium”.
No final, uma conclusão unânime: o mercado português de imobiliário atravessa uma fase de franco optimismo e, embora seja importante ter em consideração que qualquer actividade económica tem períodos de expansão, mas também de depressão, parece evidente que o sector ainda não atingiu a sua maturidade, pelo que há margem para crescer nos próximos anos.