Vários agentes do sector imobiliário vieram a público denunciar que os processos dos Vistos Gold estão bloqueados, as marcações são disponibilizadas sem pré-aviso e ficam esgotadas em poucas horas. Pedem, pois, melhorias na operacionalidade de um mecanismo que contribuiu para a recuperação económica e imobiliária de Portugal.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, alertou para o facto de os processos dos Vistos Gold estarem “completamente bloqueados e se alguém precisar de marcar para entregar um processo não fazem marcação antes de Novembro”.

De acordo com o presidente da APEMIP encontra-se, neste momento, a decorrer as renovações destes processos sem que o SEF tenha capacidade para dar uma resposta.

Luís Lima lamenta este cenário uma vez que foi um sistema que “ajudou muito à recuperação do sector imobiliário e trouxe muito dinheiro para o País” e que, agora, poderá colocar em causa a “reputação e a credibilidade de Portugal”.

Ainda assim, afirma que “felizmente para nós, não dependemos apenas dos investidores estrangeiros que vêm através dos programas”.

Na sua opinião, “se calhar preferia que acabassem com o programa”, visto que não está a funcionar, até porque como lembrou, a economia nacional está a beneficiar do “Turismo e da fidelização dos turistas” provocada pelo imobiliário.

Relativamente aos Vistos Gold também a directora executiva da rede de mediação imobiliária Remax, Beatriz Rubio, aponta “falhas graves”, defendendo que há medidas de “carácter procedimental ou de afectação de meios que têm que ser implementadas de imediato”, salientando a urgência do SEF em cumprir os prazos de aprovação das concessões e renovações dos vistos, uma vez que “o ritmo de aprovações é muito lento e diminuto em face dos processos submetidos/existentes”.

Segundo Beatriz Rubio, desde Abril que têm estado a ser “extraordinariamente difíceis, e em muitos casos impossíveis, de concretizar” as marcações para submeter a concessão e a renovação dos vistos no SEF. Acrescentando que “as marcações são disponibilizadas sem pré-aviso e ficam todas esgotadas em poucas horas”, além de que, neste momento, “as marcações para concessões e renovações encontram-se todas preenchidas até final de Novembro” e sem anúncio de novas, o que pode obrigar a múltiplas deslocações ao País.

Outra questão levantada pela Remax refere-se ao facto de, desde Abril de 2017, que uma “ínfima percentagem de requerentes que conseguiu pagar ao SEF as taxas de emissão dos cartões de residência, o que não se pode conceber e admitir”. Por isso, Beatriz Rubio considera que “estas são falhas muito graves e insustentáveis que as autoridades têm que resolver no imediato e que têm uma causa principal que é a falta de meio humanos e físicos”.

Para Ricardo Sousa, presidente executivo da Century 21, os Vistos Gold são um “nicho de mercado”, ainda assim, considera que as autoridades competentes devem “melhorar” a “operacionalidade para que os processos de pedido autorização de residência possam obter uma decisão num mais curto espaço de tempo”.

Por seu lado, João Pedro Pereira, da ERA Portugal, enfatiza a importância do “processo de compra de casa e atribuição de Vistos Gold seja simples, transparente e seguro”. Referindo que, para o efeito, a empresa colabora com gabinetes de advogados para apoio dos clientes em “todas as questões legais e na obtenção de Vistos Gold”.