Decorreu no dia 9 de Setembro o workshop da APPII – Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários, que pretendeu dissipar dúvidas sobre um tema que está na ordem do dia - o Crowndfunding. Novo conceito que carece de melhorias ao nível da regulamentação e tributação. Ainda assim, o JPS Group apresentou-se como pioneiro no mercado português ao lançar o ‘Capitalcrowd’.
O salão nobre do ISEG esgotou com uma audiência claramente interessada no workshop promovido pela APPII alusivo ao tema: ‘Crowdfunding Imobiliário, Uma Realidade?’, o que levou o secretário-geral da associação, Hugo Santos Ferreira, a afirmar que “acertámos no tema” que “aparece na crista da onda” do “boom que hoje vivemos em Portugal de investimento nacional e estrangeiro no imobiliário”.
A dupla da sociedade de advogados da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, Francisca Seara Cardoso e António Queirós Martins, mostraram os meandros da regulamentação, jurisdição e fiscalização do Crowdfunding em diferentes países fazendo a ponte com Portugal. Temática que definiram como “democratização” do financiamento, ou seja, que promove o “financiamento de multidão” ou “financiamento colaborativo” em prol de uma “entidade, projectos ou actividades, através da internet”.
Dos dados avançados, ficou a saber-se que, em 2016, o Crowdfunding Imobiliário foi responsável por 3,5 mil milhões de euros e em 2020 espera-se que atinja os 250 mil milhões de euros, apresentando-se, nas palavras de Francisca Seara Cardoso, como uma “verdadeira alternativa ao financiamento” mais tradicional, nomeadamente da banca. Aliás, esta especialista é mesmo defensora de que se trata de um veículo “em grande desenvolvimento” e com “perspectivas de grande crescimento”. Para tal muito deve contribuir o facto de, para quem investe, poder auferir de taxas de rentabilidade muito elevadas.
Mas ‘nem tudo são rosas’, uma vez que não existe ainda uma regulamentação única e uniforme sobre este tema, até mesmo entre os Estados-membros da União Europeia e principalmente em Portugal.
O Crowdfunding vai continuar a levantar dúvidas, ainda mais quando se sabe que não existe, por exemplo, uma devida tributação. Ainda assim, ficou a saber-se que esta é já uma temática que está na agenda do Governo.
Se em Portugal ainda estamos a dar os primeiros passos neste conceito, o workshop da APPII serviu para demonstrar casos de sucesso em outros países que podem ser replicados no nosso, nomeadamente o caso da Seeders, do Reino Unido, ou da Housers, de Espanha.
Foi nesta linha de potencialidades que o JPS Group apresentou, nas palavras do CEO João Sousa, a sua “inovadora e segura” plataforma online: a ‘Capitalcrowd’.
Recentemente, João Sousa, em declarações à Magazine Imobiliário, explicou que o “Crowdfunding, ou financiamento colectivo, aplicado ao sector imobiliário traduz-se num conceito de ‘investimento à medida’, ou seja, é apresentado ao investidor o projecto em questão e as margens de retorno do investimento”. Por outras palavras, “o investidor analisa e decide o montante que quer investir nesse projecto e quando é que pretende a devolução do capital, com mais ou menos retorno”.
Para o efeito deu o seguinte exemplo prático: “Um investidor que adquira o terreno e a respectiva construção por 500 pode ter, por exemplo, um retorno a três meses de 6%, a seis meses de 15% ou a 12 meses de 30%”. Como esclarece, “será sempre o investidor a decidir quando quer o retorno do investimento”. Acrescentando que “na maioria dos projectos que temos desenvolvido, esse investimento é inclusivamente assegurado através de garantias reais”.
Se até agora, como o CEO do JPS Group, nos avançou, já era possível os seus “clientes terem acesso a esta forma de investimento em âmbito de reunião com a nossa empresa”, uma vez que já têm “investidores a optarem por esta forma de investimento”; agora, com a plataforma digital ‘Capitalcrowd’ todo este processo será agilizado.
O secretário-geral da APPII, Hugo Santos Ferreira, enfatizou neste evento que o Crowdfunding só será uma realidade se as plataformas digitais tiverem “uma gestão profissional, track record e oferecer elevadas taxas de rentabilidade”. Tendo em conta que o JPS Group detém estas características e apresenta-se, agora, como pioneiro neste veículo, não deixámos de questionar João Sousa se esta é a plataforma ideal para apoiar projectos que, por motivos diversos, se encontram na ‘gaveta’ e simultaneamente dar a oportunidade aos pequenos e médios investidores?
O CEO do JPS Group foi peremptório ao dizer que “essa forma de investimento é, sem dúvida, uma das formas ideais de apoio a esse tipo de projectos, e pode trazer uma taxa de retorno acima da média aos investidores, seja qual for o nível de investimento”.
Por isso adianta que “estamos de momento a analisar várias propostas desse género que nos foram apresentadas e existe vontade da parte do JPS Group em desenvolver alguns desses projectos que são de facto muito interessantes e podem trazer uma mais-valia à empresa e ao mercado nacional”.
Na sua opinião, “nesta nova fase do mercado, em que se volta a verificar a confiança na compra dos imóveis em planta, faz sentido a retoma de alguns desses projectos, pois estamos num momento em que a procura de imóveis é superior à oferta”. Além disso, como diz, “os grandes investidores estrangeiros começam também agora, ainda que timidamente, a olhar para projectos diferentes e fora do centro histórico de Lisboa”.
Neste contexto, o JPS Group antecipou-se nesta “descentralização” de investimento/financiamento, salientando que “os projectos que estão na ‘gaveta’ precisam de capital para sair, precisam de uma empresa que os pense, que os transforme, que os venda, que os posicione, daí este novo projecto que vai tornar realidade muitos projectos que estão na ‘gaveta’”, conclui.
O workshop da APPII – ‘Crowdfunding Imobiliário, Uma Realidade?’ -, finalizou com um painel de debate que teve como moderador Filipe Lowndes Marques (MLGTS) e contou com a participação de Carlos Silva (Seederes), João Távora (Housers), João Sousa (JPS Group), João Carvalho das Neves (ISEG) e Fernando Santo (Montepio).
Este será o primeiro de diversos eventos que, por certo, serão promovidos no sentido de se tentar compreender o universo do Crowdfunding, nomeadamente em Portugal. Mas uma coisa é certa, a concretizar-se, terá de ser devidamente pensado e legislado pelas autoridades competentes e terá de ser também um veículo seguro, credível e mais atractivo que a banca.
Foto: Anabela Loureiro