Portugal concedeu até hoje 542 vistos ‘gold’ que se traduzem num investimento superior a 300 milhões de euros no setor imobiliário. Para o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) esse valor poderá duplicar em 2014.
De acordo com as estimativas da APEMIP, Portugal beneficiou, até à presente data, de um investimento de cerca de 336 milhões de euros por via do programa de Autorização e Residência para Actividades de Investimento (ARI) sendo que, cerca de 300 milhões de euros foram respeitantes à compra de bens imóveis.
De acordo com Luís Lima, espera-se que este valor duplique já em 2014. Conforme explica, “o vice-primeiro-ministro e impulsionador desta medida, Paulo Portas, afirmou que este ano o valor de investimento em Portugal através dos vistos gold deverá chegar aos 500 milhões de euros. Na minha opinião, este investimento poderá alcançar, facilmente, os 600 milhões de euros, desde que seja feito um trabalho de promoção adequado deste programa além-fronteiras”.
Nas palavras do dirigente da APEMIP, este valor deve ser multiplicado várias vezes, não só pelo poder de atracção que estes investimentos geram, como também pelo efeito de contágio de outros potenciais investidores estrangeiros. “Um euro investido no nosso País é facilmente multiplicado por cinco ou seis, uma vez que, estes investidores irão acabar por gastar dinheiro, também, em mobiliário, gastronomia, lazer ou saúde contribuindo em muito para a dinamização da Economia interna do País”.
Até ao momento foram concedidas 542 ARI (duas em 2012, 484 em 2013 e 56 em 2014), sendo que do total, 508 foram efectuadas através da compra de bens imóveis. Os cidadãos chineses lideraram a tabela de estrangeiros que recebem os célebres “vistos gold”, seguindo-se na lista a Rússia, o Brasil, Angola e África do Sul.
Na perspectiva de Luís Lima estes números são impressionantes e não podem ser descurados: “O País tem que ser suficientemente inteligente para olhar para este mercado e perceber que o imobiliário português é exportável. É preciso que estejamos nos locais certos, nas feiras internacionais do sector, nos fóruns económicos. É importante que os agentes do sector possam promover o imobiliário português transmitindo as suas melhores características e a transparência e segurança deste mercado. O sector imobiliário é - como sempre disse - um dos motores com o qual a economia deve contar, para a sua real dinamização. Os agentes do sector têm levado a cabo acções de captação de investimento, mas promover eficazmente a nossa economia sem apoios é muito difícil. As verbas disponibilizadas pela Europa deveriam também servir para apoiar acções de internacionalização, como a que agora terá lugar na China, organizada pela Fundação AIP, com o apoio da CIMLOP”.
O Portugal China Property & Investment Road Show 2014 será o mote para cruzar os primeiros contactos com associações do sector da construção e do imobiliário de Macau, a fim de integrarem a Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa.