Os apartamentos do Aliados 107, localizado no Porto, conjugam bom gosto com a funcionalidade. De acordo com o promotor, das 23 habitações que compõem o edifício já só falta vender quatro.

Morar num edifício de elevado valor histórico, em plena Avenida dos Aliados, num apartamento com características únicas, é um sonho tornado realidade para as 23 famílias, a maioria delas portuguesas, que em breve vão poder mudar-se para o Aliados 107. Embora este sonho só seja possível para um grupo restrito de pessoas, com um elevado padrão de vida, esta situação é de aplaudir já que se inicia o retorno da habitação à emblemática Avenida dos Aliados, durante décadas ocupada apenas por escritórios e sedes de empresas. A pouco e pouco começa a perceber-se que na próxima década tudo será diferente, com uma avenida onde os edifícios de habitação, comércio e hotelaria vão dar, a esta zona, uma nova dinâmica que se perdeu nas últimas décadas.

Construído em 1930, para sediar o antigo jornal O Comércio do Porto, este edifício de grande monumentalidade, foi projetado pelos arquitectos Rogério de Azevedo e Baltazar de Castro. O edifício cruza influências art-déco e expressionista, marcada pela verticalidade dos seus pilares que percorrem toda a fachada do edifício e pelas oito grandiosas figuras femininas de granito, visíveis da avenida. No edifício destaca-se a entrada circular, com hall decorado a mármore e imponentes portas de ferro trabalhado. No interior, pode ver-se um magnífico vitral em ferro e vidro colorido, com representação de naturezas mortas. No topo do edifício, uma cobertura amansardada com um torreão que, como um farol, impõe a sua presença a toda avenida, acentuando a sua monumentalidade. Aliás, este é um dos espaços agora transformado no apartamento mais exclusivo do Aliados 107. Localizado no sexto piso, o apartamento de tipologia T4, com uma área de 240 m2, e 120 m2 de terraço, custava 1,4 milhões de euros e, neste momento, está em fase de acabamentos, ao gosto do futuro proprietário.

O novo projecto de arquitectura, da autoria do arquitecto Arnaldo Brito, fez renascer os interiores em correspondência com as fachadas principais em cantaria que até hoje se mantiveram inalteradas, de forma a ir ao encontro da época original do edifício. Assim, as 23 habitações do Aliados 107, todas elas com estacionamento, caracterizam-se pelos traços modernos e contemporâneos, contrastando com a traça clássica do edifício.

Cada um dos apartamentos foi projectado de forma a respeitar a métrica original das fachadas bem como, nas áreas principais, os pés direitos existentes. Uma situação que permite que cada apartamento seja único, tendo em conta a necessidade de adaptar as divisões às áreas disponíveis.

Em relação à alteração da caixilharia do edifício, um dos aspectos que no início da intervenção suscitou algumas críticas, o arquiteto Arnaldo Brito, diz não ter dúvidas de que a intervenção atual melhora o edifício. “Optamos por colocar uma caixilharia lacada em madeira, com vidro incolor, com vidros duplos, claro, mais condizente com o uso que irá ter”, destaca.

Com áreas de 53 m2 a 243 m2, os apartamentos, de tipologias entre T1 a T4, ficam distribuídos do 2º ao 6º piso. A qualidade dos materiais e dos acabamentos é visível nos pavimentos em madeira, nas casas-de-banho revestidos a mármore, nas caixilharias exteriores em madeira maciça lacada e nos vidros duplos. A utilização de janelas de grandes dimensões nos terraços e varandas permite que os apartamentos tenham grande luminosidade e uma vista impar sobre a avenida e zona histórica.

As preocupações no reforço do isolamento, térmico e acústico, que permitem atingir a certificação A, são visíveis na utilização dos painéis solares, na energia solar fotovoltaica e na iluminação led, utilizada nos apartamentos e nas zonas comuns.

A existência de armários-roupeiros em todos os quartos e ante-câmaras, e outro aspecto onde se conjuga funcionalidade e o bom gosto. Aliás, um aspecto que ressalta à vista é a decoração em alto-relevo das portas, emitindo o antigo, bem como a criação de bengaleiros, alguns dos pormenores que fazem com que este empreendimento seja único.

No rés-do-chão, vão ficar quatro lojas com grandes áreas e que serão ocupadas por marcas comerciais muito conceituadas.

O empreendimento é da AVENUE, empresa de promoção imobiliária, detida pelo fundo pan europeu Perella Weinberg Real Estate Fund II, gerido pela Aermont Capital.

Com a conclusão da renovação prevista para o início de 2018, os apartamentos do Avenida 107 foram vendidos com preços por m2 entre os quatro mil euros e os seis mil euros. Uma diferença de valores, que segundo Aniceto Viegas, director-geral da AVENUE, se deve ao facto de existirem um conjunto de tipologias que são exclusivas, como o caso do apartamento T4, com o torreão, e um conjunto de outros com terraços, varandas interiores e janelas de grandes dimensões e vistas únicas. No entanto, algumas tipologias apresentavam preços mais baixos, que se situaram nos quatro mil euros m2.

Com cerca de 75%, vendido a casais portugueses, a maioria como residência permanente, o Aliados 107 tem ainda quatro tipologias T3 em venda.

Texto: Elisabete Soares / Vida Económica – Imobiliário