A presidente do Instituto Camões, Ana Paula Laborinho, e o administrador executivo da EDP, António Mexia, assinaram, ontem, em Lisboa, um protocolo para generalizar o acesso à energia sustentável nos Países de Língua Oficial Portuguesa.
O acordo estabelecido entre estas duas entidades visa desenvolver projectos de fornecimento de electricidade nos países lusófonos e, simultaneamente, encontrar soluções energéticas sustentáveis e a “a preços comportáveis, para pessoas em situação económica vulnerável” ou residentes em zonas remotas, sem ligação à rede eléctrica, conforme explicou a Ana Paula Laborinho.
Até porque, como António Mexia, explicou, existe, actualmente, “1,3 mil milhões de pessoas no mundo sem acesso à energia eléctrica, 85% das quais na África Subsaariana e no Sudeste Asiático e 85% delas em comunidades rurais”. Por isso, na sua opinião, a energia eléctrica é “uma condição de acesso básico à educação e à cultura” e “com o acesso à energia se cria um círculo virtuoso” de desenvolvimento das comunidades.
António Mexia recordou também que o acesso à energia é considerado fundamental para atingir os “Objectivos de Desenvolvimento do Milénio “(ODM) e que esta parceria surgiu em sintonia com a iniciativa “Energia Sustentável para Todos” (Sustainable Energy For All), lançada em 2011 pela ONU e que pretende, até 2030, universalizar o acesso aos serviços de energia, duplicar a relevância das energias renováveis enquanto fontes energéticas e duplicar o nível de melhoria da eficiência energética. E, como acrescentou, isto significa que “a comunidade internacional está a mobilizar-se e que o acesso à energia começa a estar na agenda a nível global”.
Refira-se que este protocolo insere-se nos Programas de Acesso à Energia para o Desenvolvimento (A2E - Access to Energy) realizados pela EDP e o mesmo vai permitir assegurar o apoio do Instituto Camões na estruturação e concretização das intervenções, nomeadamente junto das embaixadas portuguesas, dos seus parceiros e das delegações da Comissão Europeia existentes nos respectivos países.
À EDP caberá reunir os recursos humanos, técnicos e financeiros (próprios e/ou de terceiros) necessários para a realização dos projectos os quais devem ser aprovados pelas autoridades dos países beneficiários.