A Knight Frank, associada da Worx Real Estate Consultants, divulgou os resultados do “Global Cities – the 2015 Report”. Este estudo tem como objectivo ajudar a planear uma estratégia de negócio tendo em conta as tendências futuras do mercado imobiliário nas principais cidades do mundo.

Segundo este relatório, as cidades e edifícios devem acompanhar as evoluções tecnológicas, sendo que a permanência dos funcionários é cada vez mais uma preocupação das empresas, por isso os melhores querem estar nas zonas trendy das cidades o que leva à criação de novos “hubs” de escritórios.

No mesmo consta que o mercado de investimento imobiliário assiste a uma rápida recuperação logo é altura certa para os investidores subirem o nível de risco. Além disso, reporta que a América do Norte está a liderar esta recuperação decorrente da forte expansão nas áreas da tecnologia e energia.

Quanto ao futuro, este estudo avança que se espera que, nos próximos 15 anos, as cidades ganhem mais 1.1 mil milhões de habitantes. Este aumento irá reflectir-se no desenvolvimento de habitação, escritórios, lojas e centros de distribuição (que serão críticos para esta explosão urbana). Do mesmo modo, o aumento da centralidade dos “trabalhadores do conhecimento” irá reflectir-se na localização e modernidade dos escritórios. As zonas industriais serão transformadas em novas áreas de escritórios, habitação e lazer. E os investidores à procura de maior retorno poderão apostar nos projectos de desenvolvimento urbano.

Prevê-se que se a economia da cidade se transforme de economia financeira em economia criativa. Esta alteração irá traduzir-se numa adaptação por parte das empresas. As áreas de lazer e brainstorming, actualmente existentes apenas nas agências de publicidade/empresas criativas, migrarão para sociedades de advogados e bancos.

Outra conclusão deste estudo é que a proximidade de casa ao trabalho é cada vez mais um critério de escolha, o que leva as empresas a focarem-se no centro das cidades. Em cidades como Londres e Nova Iorque este futuro não está muito longe. Em Londres assistimos à mudança das sedes de empresas como a Amazon e o Skype para zonas habitualmente associadas com sociedades de advogados (Holborn), enquanto em Nova Iorque o Empire State Building assume um estatuto de “hub” tecnológico. Estas alterações reflectem o crescimento de uma nova indústria hibrida designada de Fin-Tech.

Estas mudanças irão traduzir-se em novas zonas, por isso, o estudo salienta que vão surgir quatro novas categorias: Super- Prime, Nano Cores, General CBD e All-in Offices.

No que concerne à categoria Super- Prime, reflecte o mercado de luxo e edifícios exclusivos para empresas que lidem com clientes de luxo e que exigem o melhor nível de escritórios.

Na Nano Cores, os parques de escritórios vão estar equipados com zonas de lazer, segurança 24 horas, ginásios, lojas e até um misto de residencial.

Na General CBD vai ser menos frequente assistir a diferenças substanciais de valor de rendas de uma rua para outra, o mais importante para as empresas são as condições dos escritórios. Aliás, o estudo vaticina que esta vai ser a área com a maior procura.

Na última categoria de All-in Offices, os edifícios com um misto de escritórios e incubadoras tecnológicas, pequenas empresas e start-ups.

Face à competição criada pelos Nano Cores, com preços elevados mas tailored made, os proprietários no General CBD terão de trabalhar em conjunto para criar um ‘feeling’ semelhante. Em Londres já é possível ver-se algumas destas iniciativas, com o Business Improvement Districts foram colocados na rua os “street ambassadors” que respondem a questões do público e reportam eventuais problemas.