O fluxo de capitais originado no Médio Oriente com destino aos mercados imobiliários globais não observou nenhum colapso no último trimestre de 2014. Isto, apesar da significativa queda nos preços do petróleo, avança a consultora JLL.

A JLL, empresa global na área da consultoria e investimento imobiliário, destaca o impacto que a queda nos preços do petróleo tem na actividade dos investidores do Médio Oriente, de acordo com um estudo recente lançado pela sua equipa de Global Capital Markets Research.

Os investidores oriundos do Médio Oriente continuam a evidenciar um forte apetite por investimento imobiliário a nível global, tendo protagonizado alguns negócios de grande dimensão concluídos no final de 2014, não obstante a significativa queda nos preços do petróleo registada no segundo semestre do ano passado e já no início de 2015.

Alan Robertson, CEO da JLL MENA, afirmou que “os investidores desta região alocaram quase tanto capital no último trimestre como no conjunto dos três trimestres anteriores, com um total de $4,5 biliões investidos no sector imobiliário nos últimos três meses de 2014. Embora o investimento externo global gerado por estes investidores em 2014 tenha sido ligeiramente inferior ao de 2013, o investimento específico em imobiliário comercial manteve-se”.

Embora com níveis diferentes, os Fundos Soberanos do Médio Oriente mantiveram a sua aposta no imobiliário global durante os períodos de recessão económica e de baixa nos preços do petróleo. E mesmo quando houve um abrandamento nos volumes globais de investimento em 2009, para ligeiramente acima de $200 mil milhões, com muitos investidores internacionais a recuarem para os seus mercados domésticos, os investidores do Médio Oriente continuaram a investir a nível global.

É também no Médio Oriente que estão algumas das pessoas mais ricas do mundo, grande parte das quais valoriza profundamente a preservação de valor e as qualidades geracionais do imobiliário comercial. O Dubai, Abu Dhabi e o Kuwait destacam-se como cidades que albergam um número significativo de investidores privados ultra capitalizados (ultra high net worth individuals), os quais são definidos como indivíduos detentores de riqueza superior a $30 milhões.

O investimento realizado em conformidade com a Charia (Direito Islâmico) tem-se revelado uma tendência cada vez mais popular ao longo dos últimos anos, com os indivíduos mais ricos a procurar investir por intermédio de clubes, fundos ou sindicatos que respeitem essa lei religiosa. A sindicação de plataformas que apoiam o investimento de acordo com a Charia reúnem capital de um vasto leque de investidores privados ultra capitalizados e investem em oportunidades geradoras de rendimento compatíveis com esta lei, permitindo a um número maior de pessoas unirem-se em relativo anonimato para potencialmente assegurar activos imobiliários de grande dimensão.