A Causeway Bay, em Hong Kong, é a localização de retalho mais cara do mundo, de acordo com o estudo publicado pela Cushman & Wakefield (C&W). Nesta lista, Lisboa subiu dois lugares no ranking face a 2012, situando-se este ano na 43ª posição.
Segundo a 25ª edição do estudo “Main Streets Across the World” (MSATW), a Causeway Bay em Hong Kong é considerada pelo segundo ano consecutivo a localização de retalho mais cara do mundo, tendo a renda chegado aos € 24.983 anuais por metro quadrado.
A 5ª Avenida em Nova Iorque (EUA) e os Champs Elysées em Paris (França) registaram uma subida dos preços das rendas na ordem dos 40%, fixando-se na segunda e terceira posição respectivamente. Com o crescimento da procura por marcas de luxo internacionais, as rendas na New Bond Street em Londres (Inglaterra) subiram mais de 15%. Recorde-se que esta localização ocupava no último relatório a sexta posição sendo agora a quarta localização mais cara do mundo.
Embora se tenha registado uma subida das rendas na ordem dos 3,2% a nível global, esta foi ligeiramente inferior se comparada com os 12 meses anteriores em que se registou uma subida de 4,5%. Os valores das rendas em 284 localizações (85%) das 333 monitorizadas no estudo deste ano aumentaram ou mantiveram-se estáveis.
A associate e directora de Research & Consultoria da Cushman & Wakefield, Marta Esteves Costa, explica que “mais uma vez vimos a 5ª Avenida e a Causeway Bay consolidarem a sua posição como os locais de retalho mais caros do mundo. Assistimos igualmente a um crescimento positivo em praticamente todas as cidades estudadas”. Acrescentando que a “procura pelas melhores e mais desejadas localizações vai continuar, embora a limitação a nível de espaço disponível e o preço elevado das rendas possam criar obstáculos para algumas marcas. Este facto pode levar a que algumas dessas marcas passem a apostar em localizações alternativas que sejam próximas das ruas principais e que se foquem noutros tipos de canais, como o online que pode ser visto como uma alavanca para estimular e suportar a expansão das mesmas”.
No caso de Portugal, Lisboa subiu dois lugares no ranking face a 2012, situando-se este ano na 43ª posição. As cidades de Budapeste (Hungria) e Joanesburgo (África do Sul), precedem Lisboa no ranking. Buenos Aires (Argentina) e Varsóvia (Polónia) seguem-se na 44ª e 45ª posição.
Marta Esteves Costa refere ainda que “em contra ciclo com os restantes sectores do imobiliário, as ruas da capital mantiveram em 2013 a tendência crescente na procura por parte de retalhistas, na sua maioria internacionais nos sectores de luxo ou gama alta. Esta tendência impulsionou uma subida de 7,5€/mês nas rendas prime do Chiado, que se situam hoje nos €87,5/m2/mês. As restantes cidades do País não acompanham ainda esta tendência de subida nas rendas, mas no Porto, nomeadamente na zona dos Clérigos, é já visível um aumento na procura. À semelhança do que temos vindo a afirmar nos últimos anos, acreditamos que a médio prazo se assista a uma revitalização do comércio de rua um pouco por todo o País”.
O cada vez maior fluxo de consumidores nos centros das cidades de Lisboa (Avenida da Liberdade e Chiado) e do Porto (essencialmente na zona dos Clérigos) tem sido em grande parte impulsionado pelo aumento do número de turistas nestas zonas, reflexo da excelente performance do sector turístico em Portugal em 2013. O aumento da procura de espaços é também um resultado deste maior fluxo de turistas.
Em 2013 assistiu-se mais uma vez à abertura de grandes nomes do retalho internacional nas ruas portuguesas, como foi o caso da Cartier, Max Mara, Michael Kors ou Penhalta na Avenida da Liberdade em Lisboa; ou da Hugo by Hugo Boss, Max&Co ou Diesel no Passeio dos Clérigos, no Porto.
Foto: Anabela Loureiro