A Gazeta Russa divulgou uma mudança de paradigma no imobiliário russo: “há cinco anos, apenas os russos mais ricos podiam comprar uma casa com vista para o mar fora da antiga União Soviética”. Hoje, “muitos cidadãos de classe média compram imóveis no exterior”.

No site pode verificar-se que o número de russos que compram segundas residências no exterior encontra-se em contínuo crescimento, sobretudo porque a maioria dos novos compradores consideram estas aquisições como um investimento. Para tal muito contribuiu a crise na zona do Euro que provocou uma queda de preços dos imóveis na França, Espanha, Portugal e Chipre.

De acordo com dados do Ministério da Justiça russo cerca de 340 mil russos já compraram casas na Bulgária, um dos destinos mais populares para a compra da segunda casa no exterior. É que um apartamento de um quarto com vista para o Mar Negro na Bulgária custa cerca de US$ 20 mil. Segundo as avaliações dos especialistas russos, os investimentos russos no sector imobiliário da Europa Ocidental correspondem a 20% do investimento total.

No entanto, especialistas como Guennádi Gudov, director de uma agência imobiliária que vende casas no exterior, os imóveis para investimentos e casas para férias são coisas diferentes, referindo que “os compradores devem entender que os investimentos no sector imobiliário nunca se tornam rentáveis em um dia, é preciso ter muita paciência".

Muitos colocam a questão: por que razão os russos não optam por investir no próprio país. O artigo explica que a costa do Mar Negro da Rússia tem uma procura baixa devido aos preços excessivamente elevados e a uma política de investimentos desequilibrada. Acrescentando que os imóveis e os hotéis russos nessa região não oferecem o nível de conforto e serviço que pode ser comparado aos resorts estrangeiros.

Durante os últimos anos, o número de russos que quer investir até US$ 25 mil no mercado imobiliário estrangeiro cresceu significativamente. Já o número de potenciais compradores de imóveis que custam de US$ 60 mil a US$ 120 mil diminuiu.

De acordo com os especialistas do departamento russo da Federação Internacional da Propriedade Imobiliária, esta tendência começou em 2007. Isso significa que a classe média russa começou a comprar imóveis no estrangeiro para uso pessoal, e não como um símbolo de prestígio.

Foto: Martinhal Beach Resort & Hotel