Os volumes de investimento imobiliário a nível global desceram no 1º trimestre deste ano, em linha com um sentimento de mercado menos positivo, avança a JLL. A contrariar esta tendência estão os países nórdicos, do Benelux, da Europa Central de Leste e também Portugal.
Este cenário é revelado através dos dados preliminares da JLL referentes aos fluxos globais de capital que mostram que o volume de investimento transaccionado no 1º trimestre a nível global caiu 17% face ao mesmo trimestre do ano passado para $128 biliões (€112 biliões). Este volume compara com os $154 biliões (€135 biliões) registados nos primeiros três meses do ano passado, que foi o início de ano mais forte neste ciclo recente de seis anos.
Contudo, algumas regiões continuam a registar bolsas de crescimento, esperando-se, desta forma, que a actividade global de 2016 fique em linha com os níveis observados em 2015. No caso da região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), o volume transaccionado ficou 20% abaixo do mesmo período do ano passado, mas os países nórdicos, do Benelux e da Europa Central e de Leste registaram, ainda assim, crescimentos homólogos.
Refira-se que os volumes de investimento na Europa estão 20% abaixo do 1º trimestre de 2015 se analisados em dólares, ficando-se em $46 biliões (€40 biliões), com a França e o Reino Unido a registarem as quedas mais acentuadas entre os principais mercado, com descidas de, respectivamente, 30% e 37%. A Alemanha registou uma performance ligeiramente melhor, com uma queda de 7%.
Para o nosso País, a análise realizada pela JLL Portugal, mostra que se destaca pela positiva, contrariando também a queda regional sentida na Europa. De acordo com os dados apurados pela consultora, no 1º trimestre de 2016 o mercado de investimento imobiliário português transaccionou €570 milhões, num expressivo crescimento de mais de 225% face aos €175 milhões investidos no mesmo período do ano passado.
O director de Global Capital Markets Research da JLL, David Green-Morgan, explicou que “o crescente nível de volatilidade e a aversão ao risco sentidos nas primeiras quatro/cinco semanas de 2016 acabaram por coincidir com o facto de este trimestre ser habitualmente o mais calmo do ano, o que, em conjunto, contribuiu para que os resultados destes primeiros três meses de 2016 parecessem mais fracos”.
Acrescentando que, “ainda assim, a recuperação foi particularmente rápida e os mercados de capitais estão a regressar aos níveis do início de Janeiro, e também os spreads no financiamento comprimiram de novo. O capital continua por gastar e deverá será aplicado à medida que formos avançando no ano, levando-nos a acreditar que a actividade de 2016 ficará, de modo geral, em linha com a de 2015, ou seja, em torno dos $700 biliões (€615 milhões)”.