A directora de Research EMEA da Cushman & Wakefield, Elisabeth Troni, reflecte sobre o significado do resultado eleitoral norte-americano que deu a vitória a Donald Trump, nomeadamente para o mercado ocupacional europeu.
Conforme comunicado da Cushman & Wakefield, “depois de meses de campanha eleitoral intensa e pouco convencional que captou a atenção mundial, os Estados Unidos da América votaram finalmente e elegeram o candidato republicano Donald Trump. O Senado continuará liderado pelos republicanos assim como o Congresso”.
Na opinião da directora de Research EMEA da Cushman & Wakefield, “a incerteza em torno da vitória de Trump levou de imediato os mercados a reagirem na Europa e na Ásia. Mas, como aconteceu a seguir ao Brexit, prevê-se que a actividade bolsista recuperará assim que os investidores assimilarem o ‘choque’ inicial e perceberem que o impacto deste resultado eleitoral será menor do que o previsto”.
Elisabeth Troni questiona mesmo “como reagirá o mercado imobiliário comercial?” uma vez que “este sector não é igual ao mercado bolsista e não sofre alterações bruscas nem diárias”, por isso adverte que “é preciso olhar mais para a frente para se preverem implicações potenciais”.
Outra questão que coloca é o que significará este resultado para o mercado ocupacional europeu. Segundo a responsável de research, “será na sua maioria’ business as usual’ – a menos que se assista a uma real deterioração das condições económicas, o mercado de ocupação na Europa não deverá sofrer qualquer alteração”. É que “os mercados que estão actualmente mais pressionados, com subida de rendas, como Barcelona, Dublin e Munique continuarão assim, enquanto os mercados que mais estáveis (como por exemplo Moscovo, Istambul e Varsóvia) também assim permanecerão”, refere o comunicado.
A mesma nota dá conta que a “Europa está a recuperar enquanto os mercados laborais melhoram - as rendas para espaço prime estão a subir em muitas das principais cidades europeias como Berlim, Milão e Madrid, e a procura de espaços de trabalho na região EMEA não foi afectada pelo Brexit, que também constituiu um ‘choque’”.
O que significará, então, este resultado para o mercado europeu de investimento? Elizabeth Troni defende que o “menor investimento em activos e mercados secundários – é esperado inicialmente um ambiente de maior aversão ao risco, com os investidores a procurarem activos e mercados core, limitando transações com algum nível de risco”.
Tendo em conta todo este contexto, a Cushman & Wakefield considera que o “resultado das eleições americanas não muda os princípios do sector imobiliário comercial europeu. À parte do impacto a curto-prazo nos mercados financeiros, os princípios do imobiliário mantêm-se favoráveis em toda a Europa”. Por isso, prevê que “os investidores mantenham os seus esforços para que o volume de investimento já alocado ao mercado imobiliário europeu permaneça inalterado”. A consultora salienta ainda que, “apesar de ser tentador especular sobre se os capitais americanos serão direccionados para a Europa, as próximas eleições em França e Alemanha fazem com que seja prematura esta previsão”.