Um novo relatório sobre África divulgado pela Jones Lang LaSalle revela que Maputo estão entre as cidades com um crescimento económico mais rápido no mundo e Luanda possui algum do imobiliário terciário mais caro do mundo devido a desequilíbrios acentuados entre a oferta e a procura.

Um novo relatório sobre África divulgado pela Jones Lang LaSalle revela que, enquanto parte do Continente regista o ritmo mais rápido de urbanização no mundo, o mercado de imobiliário terciário da África Subsaariana está preparado para uma oportunidade única de crescimento positivo, considerando o crescimento das classes médias, o investimento em novas infraestruturas e a intensificação da presença de empresas.

Ainda que os recursos naturais de África sejam, desde há muito tempo, uma forma de atração para o investimento estrangeiro, o crescimento nos setores industrial, tecnológico, de telecomunicações, financeiro, de outsourcing, de retalho e de turismo, está a criar uma necessidade urgente para o imobiliário terciário moderno.

O relatório, intitulado The African Century: Twelve Pillars of Africa’s Future Sucess” (Trad. Livre: O Século Africano: Doze pilares para o sucesso futuro de África), identifica 12 factores chave que estão na base do rápido desenvolvimento de 40 cidades africanas de referência. A evolutiva rede urbana do Continente está a criar uma plataforma de crescimento muito significativa para o sector de imobiliário terciário.

De acordo com o autor do relatório, o director de Research Global da Jones LaSalle, Jeremy Kelly, “muitas cidades da África Subsaariana exibem um dinamismo notável. Acra, Adis Abeba e Maputo estão entre as cidades com um crescimento económico mais rápido no mundo. Luanda e Lagos, por seu turno, acolhem actualmente algum do imobiliário terciário mais caro do mundo devido a desequilíbrios acentuados entre a oferta e a procura. Entretanto, Nairobi está a emergir como um centro tecnológico regional, sendo conhecida como a “Silicon Savannah” de África (em referência ao norte-americano Silicon Valley). Esta rápida evolução das cidades na África Subsaariana está a traduzir-se numa fase de elevada energia para o desenvolvimento imobiliário, à medida que a indústria responde a uma rápida urbanização do território e a uma forte procura por escritórios e por centros comerciais modernos, quer por parte das empresas quer dos consumidores”.

A chairman para a região da África Subsaariana na Jones Lang LaSalle, Mark Bradford, explicou também que “com apenas dois milhões de metros quadrados de escritórios de classe A no total da África Subsaariana (excluindo a África do Sul), o stock de espaços de escritórios é praticamente equivalente ao registado em Edimburgo ou Auckland, embora se dirija a uma população de 830 milhões de pessoas. Apesar das preocupações com a falta de transparência, as oportunidades no sector imobiliário são evidentes, com um número crescente de investidores a procurarem ter acesso aos mercados africanos fronteiriços. Para muitos investidores e empresas, o potencial a longo-prazo da África Subsariana é grande demais para ignorar”.

O director-Geral da Jones Lang LaSalle Portugal, Pedro Lancastre, referiu “não deixa de ser notável que Luanda seja a cidade mais cara do mundo no arrendamento de escritórios, oito vezes mais que Lisboa. Denota o enorme interesse  das multinacionais, sobretudo das petrolíferas, em estarem presentes neste mercado, onde pretendem instalar-se em edifícios novos que são ainda escassos para a procura existente”.