O mais recente estudo da CBRE concluiu que o investimento industrial na região EMEA apresenta o valor mais elevado desde 2007. Actualmente, a actividade de investimento continua a ultrapassar as expectativas com um aumento de 50%, para 14 mil milhões de euros em 2013.
O documento apresentado por esta consultora imobiliária global revela que o mercado imobiliário industrial e logístico na Europa atraiu mais de 14 mil milhões de euros em investimento durante 2013, o nível mais elevado desde 2007, representando uma subida superior a 50% face a 2012.
O capital continua a fluir para o imobiliário Industrial e Logístico, com volumes de investimento totais, a ultrapassar com alguma distância, o total anual dos últimos quatro anos. Em 2013, o sector atraiu novas fontes de capital, com aumento da actividade de investimento por parte de investidores-promotores especializados, private-equity, de fundos soberanos na Ásia e Médio Oriente, e fundos de pensões internacionais da América do Norte. O crescente interesse de investidores privados também é patente e deverá continuar em 2014.
Os mercados mais maduros como o Reino Unido, Alemanha e França continuam a dominar, sendo responsáveis por praticamente dois terços da actividade no sector durante o último ano. Em termos de crescimento, no último ano, registaram-se subidas percentuais particularmente elevadas nos mercados do Sul da Europa - Espanha e Itália - com a Europa Central e de Leste a verificar também uma subida acentuada da actividade.
O crescente interesse de capitais privados também é patente e deverá continuar. Há algumas similaridades com as tendências nos Estados Unidos, onde os níveis de investimento também subiram no ano passado e as taxas máximas estão em trajetória descendente – uma das razões para o aumento do interesse dos Estados Unidos no mercado Europeu. A tendência é forte e deverá manter-se em 2014.
As vantagens de uma rendibilidade atractiva num período de lenta recuperação da procura e crescimento limitado das rendas, explica-o em parte, mas reflecte também uma maior aceitação da base racional do sector para uma multiplicidade de tipos de investidores. Com a recuperação económica a ganhar dinamismo e prevendo-se que a produção industrial melhore ainda mais, os níveis de procura registarão algum crescimento cíclico para reforçar o apoio ao cenário de investimento e os preços nas melhores localizações continuarão a dar resposta”.
Este nível de actividade de investimento produziu expressivas e amplas variações de preços nas taxas de capitalização prime (yields prime) para os melhores activos. No último trimestre de 2013, praticamente metade das localizações industriais abrangidas pelo levantamento trimestral da CBRE das yields baixaram. Analisando o ano em termos totais, as yields prime em alguns dos mercados core europeus reduziram 50 pontos base ou mais, com Londres e Dublin a figurarem entre os que registaram maiores variações.
O consultor sénior de Agência de Industrial e Logística da CBRE Portugal, Leonardo Peres, avançou que “a tendência verificada na Europa é claramente um sinal da resiliência deste segmento a ciclos económicos menos positivos. Este sector tem vindo a ganhar cada vez mais interesse por parte dos investidores, sendo uma clara alternativa aos segmentos de retalho e escritórios, que no actual contexto económico apresentam um maior risco associado. Assistimos claramente a um reposicionamento deste tipo de activos neste período de maior instabilidade económica, fruto da estabilidade e segurança contratual inerente às operações deste segmento, A operação que concluímos no final do semestre do ano de 2014 – venda da plataforma logística da Chronopost – é reflexo disto mesmo: imóvel recente, excelente inquilino, contrato longo prazo e rendibilidade interessante, são ingredientes que levam a que os investidores olhem cada vez mais para este segmento de forma mais efectiva. No entanto e apesar de este sector poder ser visto como um refúgio, acreditamos que os sinais evidentes duma tendência de crescimento económico, irão reforçar ainda mais o papel deste segmento na ordem de preferência dos investidores”.