Os números avançados pela Associação de Turismo de Lisboa (ATL) mostram que, em 2014, a região de Lisboa liderou o total de dormidas e proveitos a nível nacional. A capital registou também o maior crescimento de dormidas da Europa. Para os próximos cinco anos já está feita a promessa de continuar a promover “desafios ambiciosos”.

A apresentação dos resultados turísticos de 2014 e do lançamento do Plano Estratégico para o Turismo na Região de Lisboa 2015-2019 pela ATL contou com a presença do presidente Fernando Medina, do presidente adjunto Mário Machado e do director geral Vítor Costa.

Mário Machado salientou a “performance extraordinária” da cidade e da região de Lisboa em 2014. Os números que apresentou falam por si só. No ano passado, a região de Lisboa obteve um total de 11,53 milhões de dormidas, 679,3 milhões de euros de proveitos, 8,77 milhões de dormidas de estrangeiros e 4,88 milhões de hóspedes. Já a cidade de Lisboa teve o maior crescimento na Europa em termos de dormidas, registando um aumento de 15,3% comparativamente ao período homólogo anterior, e afirmou-se com a segunda maior taxa de crescimento de dormidas de estrangeiros na Europa, com mais 14,9%.

Para 2015 está prevista a abertura de 20 novos hotéis, ou seja, mais 1.600 quartos. Do mesmo modo, Lisboa vai apostar nos mercados da Alemanha, Espanha e Brasil.

O presidente da ATL destacou ainda que, “está a ser feito um trabalho colectivo, entre entidades públicas e privadas, no sentido de melhorar a qualidade da oferta turística de Lisboa”, que passa pela “requalificação do espaço público”. Para 2015 está equacionada a reabilitação do Cais do Sodré e Campo das Cebolas (complementando a intervenção já feita no Terreiro do Paço e Ribeira das Naus), a criação de acessibilidades assistidas à Colina do Castelo (a partir do Campo das Cebolas, Mouraria e Graça), o projecto de instalação de um espaço museológico dedicado às Descobertas, a abertura ao público do Palácio Marquês de Pombal pela Câmara Municipal de Oeiras e do Centro Interactivo “Mitos e Lendas de Sintra”.

Fernando Medina avançou que existem “70 edifícios em reabilitação na Baixa de Lisboa”, para a qual a “hotelaria tem dado um contributo importante”. Ao Magazine Imobiliário salientou que “têm existido dinâmicas positivas” e uma “maior confiança dos investidores” que tem conduzido à “requalificação da cidade”. No entanto, referiu que a “Avenida da Liberdade é a que está mais avançada”, adiantando que “quase todos os edifícios ou estão em obra ou com licenciamento cedido”. Lamentou, no entanto, que dos projectos de reabilitação para Lisboa, ainda não tenha sido possível incluir a Estação Sul-Sueste”.

Questionado sobre a aplicação da nova taxa turística em Lisboa, o presidente da ATL referiu que “há elementos sobre a taxa turística que estão fechados e aprovados”, no entanto, reconheceu que existem “outros aspectos de natureza mais técnica que estão em afinação, quer na parte aeroportuária, quer na parte da hotelaria”. Na sua opinião, o “mais é a total consignação das verbas das taxas turísticas aos investimentos que levem à sustentabilidade do produto turístico Lisboa”.

Do plano estratégico e promocional da associação faz ainda parte encontrar novas centralidades, recaindo a aposta na zona da Arrábida e do Arco do Tejo. O presidente-adjunto da ATL referiu que esta região de turismo possui “10 municípios com pesos diferentes no turismo” e que, nomeadamente, “estas duas centralidades encontram-se em fases diferentes e ainda não estão organizadas de modo a produzir negócio relevante”. Para o efeito, vão desenvolver esforços conjuntos entre as várias autarquias e vão apostar “ na diversificação dos produtos”, incluindo o Turismo da Natureza, Gastronomia e Vinhos, Turismo Equestre, Birdwatching e Turismo Náutico. A aposta em grandes eventos, como foi no ano passado a Champions League 2014 e a Volvo Ocean Race em 2013, é para continuar uma vez que “permite dar notoriedade a nível mundial da marca e mostra a excelência de Lisboa”, explicou Mário Machado.