A Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) não quer um turismo massificado na Madeira. Por isso defende a manutenção da actual capacidade hoteleira e a aposta em medidas que permitam reduzir a sazonalidade, melhorar a satisfação dos visitantes e aumentar o gasto médio dos turistas.

A presidente da ACIF, Cristina Pedra, afirmou à Lusa que o “sector pode tornar-se mais eficiente e rentável”. E que, tendo em conta o documento estratégico para o turismo da região 2015-2020, apresentado o mês passado, não pretendem apostar num “destino de massas”, por isso defende que não deve existir um aumento da capacidade hoteleira.

Os objectivos traçados até 2020 são, entre outros, a redução da sazonalidade, o aumento do nível de satisfação dos turistas e a melhoria dos resultados no gasto médio do turista. Em relação a este último ponto, refira-se que, actualmente, o gasto médio do turista na Madeira é de 116 euros/dia.

Cristina Pedra considera que o turismo é o “principal sector de actividade económica” da Madeira. Para tal basta olhar para as estatísticas de 2013, as quais revelam que o VAB (valor acrescentado bruto) gerado pelo sector representa cerca de 30% do total da região”. Explicando ainda que, “na realidade, o peso é bem maior, porque o turismo tem um efeito multiplicador em toda a economia e nos postos de trabalho de tantas famílias que assegura, quer em regime de recurso ao 'outsourcing', como pela dinâmica dos outros setores de actividade económica”.

A presidente da ACIF avançou ainda que a estratégia turística traçada para o futuro estabelece a alteração de vários elementos, nomeadamente o envelhecimento tendencial do parque hoteleiro, a requalificação dos estabelecimentos comerciais ou a dispersão da promoção. Do mesmo modo, mostra que o posicionamento do turismo madeirense deve ir de encontro às principais motivações dos seus turistas e que, segundo um estudo, “o primeiro motivo/opção de férias dos turistas é o destino de praias com areia e calor, o segundo é a procura por grandes capitais com cultura e história e o terceiro motivo é a natureza, mas numa óptica que vai muito além da contemplação”.

A representante máxima da ACIF defendeu ainda que o objectivo do turismo na Madeira deve ser “reforçar a competitividade face à conjuntura actual e a destinos concorrentes, conseguindo captar mais e melhores turistas, com um aumento efetivo do RevPAR”.