O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que a hotelaria portuguesa manteve os bons resultados no mês de Março. Os números assim o confirmam: aumento de 11,5% nas dormidas, para 3,1 milhões, e de 13% nos proveitos totais, para 138,8 milhões de euros.

Segundo o INE, as dormidas correspondentes ao mercado interno aumentaram 17,9% em termos homólogos, ainda assim “ligeiramente menos” que os 18,5% do mês anterior. Já as dormidas dos mercados externos registaram um incremento de 9,0%, superior ao aumento de 8,1% em Fevereiro, sobretudo impulsionadas pelo mercado espanhol (+31,7%). Considerando o acumulado do 1.º trimestre de 2015, as dormidas de residentes aumentaram 16,9% e as de não residentes 9,2%.

No mês de Março, a estada média nos estabelecimentos hoteleiros em Portugal foi de 2,67 noites (+2,3%), os hóspedes ascenderam a 1,1 milhões (+9,0%) e a taxa de ocupação fixou-se nos 35,1% (+3,7 pontos percentuais). No total do primeiro trimestre do ano, a taxa de ocupação foi 29,8% (+2,7 p.p.).

Quanto aos proveitos de aposento, subiram 15,6% (+12,5% e +15,4% em Fevereiro), tendo o RevPAR (rendimento médio por quarto disponível) sido de 23,9 euros, ou seja, teve um acréscimo de 11,3% mas que ficou ligeiramente aquém do mês anterior (+12,4%).

Os hotéis, com um peso de 67,9% relativamente ao total de dormidas, apresentaram um acréscimo de 13,2%, sendo que existiu um aumento de dormidas em pousadas (+23,9%) e nos apartamentos turísticos (+20,2%). Nos hotéis-apartamentos (+6,0%, correspondendo a 14,3% do total) apenas contaram com o contributo positivo da categoria quatro estrelas, uma vez que as restantes tiveram evolução negativa.

O INE avançou que os 10 principais mercados emissores abrangeram 75,7% das dormidas de não residentes (74,7% em Março de 2014). O Reino Unido aumentou 5,1% e atingiu um peso relativo de 20,5%, com o crescimento em Março a superar o do mês anterior (+3,2%) e o de Janeiro (+2,1%), enquanto o mercado alemão (+11,5%) alcançou o peso relativo mais elevado dos últimos anos, correspondendo a 19,0% das dormidas de estrangeiros.

Quanto às dormidas de residentes em Espanha, registaram em Março um “aumento notório” (+31,7%), nomeadamente no já habitual período de férias da Páscoa.

O mercado francês desacelerou (+12,9% de dormidas) em Março relativamente a Fevereiro (+24,0%) e Janeiro (+29,7%), tendo as dormidas de franceses representado 7,4% do total. No mês em foco, a Itália teve o maior aumento (+36,6%), seguido dos Estados Unidos América (+20,6%) e do Brasil que foi o único dos principais mercados a revelar evolução negativa (-15,6%), depois de vários meses em que registou um “crescimento assinalável”.

Numa análise por regiões, o INE dá conta de aumentos das dormidas em todas elas, embora “com maior intensidade” nos Açores e Norte (+19,1% e +17,8%, respectivamente). Lisboa (28,5%) e o Algarve (27,3%) foram os destinos mais procurados. Neste período, as dormidas de residentes cresceram em todas as regiões à excepção da Madeira (-6,1%, face a +14,2% no mês anterior), tendo-se, no Continente, destacado o Algarve (+54,7%), “beneficiando de um efeito de calendário associado às férias escolares da Páscoa que se iniciaram na segunda quinzena de Março”.

Lisboa, Norte e Centro foram os principais destinos escolhidos pelos residentes em Portugal (24,0%, 22,5% e 20,6% da dormidas). Para tal muito terá contribuído as “condições meteorológicas muito favoráveis”.

Quanto às dormidas de não residentes, aumentaram em todas as regiões, com destaque para o Norte (+21,4%), Centro (+19,8%) e Açores (+18,4%). No Algarve, o aumento de 4,0% das dormidas de não residentes veio interromper o decréscimo dos dois meses anteriores, sendo que esta região foi o principal destino dos mercados externos (31,1%), seguida por Lisboa (30,5%).

Foto: Heritage Avenida Liberdade - Bar