David Neeleman e Humberto Pedrosa deram ‘corda aos sapatos’ e entraram na ‘corrida’ da TAP. A sua proposta foi, aos olhos do Governo, a mais vantajosa e por isso mesmo o consórcio Gateway vai passar a deter a maioria do capital da transportadora aérea portuguesa.

O Conselho de Ministros aprovou a venda de 61% da TAP ao consórcio Gateway, pelo valor que poderá oscilar entre 354 milhões de euros e 488 milhões de euros, consoante o desempenho da empresa, disse a secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco, na conferência de imprensa final.

O valor da transacção é “medido pela capitalização, pelo preço pago por acções e pela opção de compra e venda”, não sendo “possível antecipar nesta fase o valor recebido daqui a dois anos” pelo Estado, explicou a secretária de Estado.

O secretário de Estado das Infra-Estruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, afirmou que o caderno de encargos considerava mais importante a capitalização da empresa, sendo a proposta da Gateway a que melhor garantia o reforço da capacidade económico-financeira e o projecto estratégico, os critérios de avaliação, juntamente com o preço, previstos no caderno de encargos.

O secretário de Estado referiu ainda que “a performance de 2015 é muito importante para dez milhões de portugueses, porque beneficiarão no futuro de um maior valor na opção de venda e de compra” do restante capital “e de uma eventual partilha de benefício se houver uma operação em bolsa”.

Acerca dos mais de 10 mil trabalhadores, Sérgio Monteiro declarou que “são assumidos compromissos inequívocos de estabilidade laboral nos mesmos termos em que a TAP tem esses compromissos com os seus trabalhadores”, acrescentando que “esses acordos são assumidos explicitamente pelo comprador e o seu incumprimento dá direito a multas diárias, à reversão das opções de compra e de venda e, no limite, à reversão do negócio, a ser decidida pelo Estado”.

Contas finais: Humberto Pedrosa passa a controlar 50,1% do consórcio Gateway e David Neeleman passa a deter 49,9%, ou seja, juntos, são responsáveis por 61% da TAP.

Considerado o 15º homem mais rico de Portugal, Humberto Pedrosa é, desde logo, associado à empresa Barraqueiro mas é também gestor de empresas de serviços de transporte ferroviário e de Metro. Já David Neeleman começou pelo negócio das agências de viagens, tendo depois dedicado ao negócio das companhias aéreas. Iniciou pela Morris Air, de voos charter, seguindo-se a JetBlue, nos Estados Unidos da América, a WestJet, no Canadá, e a Azul, no Brasil.

Foto: Anabela Loureiro