A Associação Ecológica Amigos dos Açores alertou para os perigos de sobrecarga em determinados locais turísticos de São Miguel. Este aumento do número de turistas surge após a entrada das companhias low-cost na região, em Março deste ano.

O presidente da Associação Ecológica Diogo Caetano, em declarações à Lusa, revela que “tem havido alguns relatos de pessoas que nos contactam ou fotografias que são partilhadas nas redes sociais de situações onde possivelmente, em algumas das zonas onde se concentram mais pessoas, se excede um pouco a carga que estes locais podem admitir”.

Entre os exemplos dados por Diogo Caetano estão alguns miradouros de lagoas, nomeadamente nas Sete Cidades e na Lagoa do Fogo, de onde chegam “relatos de uma grande concentração de pessoas e viaturas”, com “efeitos negativos na acessibilidade” e “em termos de potenciais riscos de degradação ou abandono de lixo”. Em algumas áreas mais pequenas, como é o caso da Caldeira Velha, na Ribeira Grande, existe também “um usufruto mais balnear do que propriamente de um monumento natural”. Salientando, no entanto, que tal “não acontece todos os dias”, mas, ainda assim, “haverá algumas horas do dia onde existem estes constrangimentos nestes sítios mais procurados”.

Na opinião de Diogo Caetano, estas situações podem resultar numa má experiência para os visitantes e frisou que a região “já deveria ter feito muito bem este trabalho de quantificação da capacidade de carga dos locais”, na sequência do aumento de turistas. Como avança, defenderam, “desde Fevereiro, antes da entrada das low-cost, que deviam ser estudadas muito bem as capacidades de carga, quantas pessoas se podem afectar a determinado local ou quantas viaturas. Ter uma definição”.

Defendeu por isso, “uma vigilância, nem que seja ocasional”, que vá promovendo uma política de proximidade junto dos turistas e disponibilizando informação.

O director regional do Turismo, João Bettencourt, referiu que “até à data há capacidade de carga suficiente” e que “não têm existido” problemas de maior que suscitem intervenções urgentes da parte do Governo Regional. Ainda assim, admitiu à Lusa que possa ser necessário “um reforço de funcionários” de manutenção destes espaços que estão sob gestão de diferentes organismos, quer do Governo Regional, quer das autarquias.

Foto: Centro de Interpretação Ambiental Caldeira Velha facebook