As tendências nos sectores da economia turística algarvia são de estagnação, segundo a União Algfuturo. Em 2015, esta recém-criada associação, prevê que o Turismo no Algarve esteja muito abaixo dos fortes crescimentos do País em dormidas e proveitos, sobretudo por falta de promoção, entre outras medidas.

A União Algfuturo - União Pelo Futuro do Algarve, criada no final de Maio deste ano, pretende levar a cabo um “Barómetro Social” e um “Barómetro Económico-Empresarial” com o objectivo de criar ferramentas que permitam avaliar o estado da região algarvia.

Na sua página do facebook anunciaram que, no âmbito do barómetro económico-empresarial, realizaram uma reunião dos órgãos dirigentes e na qual fizeram inquéritos e analisaram as estatísticas oficiais. O período e análise respeita ao primeiro semestre de 2015, tendo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) feito concluir que “na hotelaria o Algarve ficou para trás não acompanhando, e até apresentando tendências divergentes, em relação aos fortes crescimentos sustentados do País”, refere online. Acrescentando que “o comportamento do sector comparado com o ano passado foi muito semelhante, com ligeira oscilação positiva nos proveitos da hotelaria, embora muito inferior à média nacional”.

Relativamente ao “conjunto da economia turística” - que engloba o alojamento residencial e hoteleiro, restauração, animação, transportes, comércio e serviços -, esta entidade explica que “continuaram a ser profundamente afectados pela sazonalidade e seus efeitos negativos na rentabilidade das empresas, desemprego e precariedade, com uma longa época baixa de outubro a maio e de quase paralisia entre Novembro e Março” e que, apesar de haver “novos fluxos turísticos low-cost”, a realidade é que estes turistas “fazem baixíssimos gastos”.

Com base nas estatísticas do INE e comparando o período entre Janeiro e Maio de 2013 a 2015, conclui que “enquanto a média nacional ‘disparou’ na subida dos indicadores, o Algarve por falta de promoção e outras medidas ficou-se nas ‘covas’”.

No que concerne a hóspedes e dormidas, em 2014, esta associação salienta que o Algarve “ficou a par de Portugal nas fortes subidas da ordem dos dois dígitos, recuperando parte dos muitos anos de sofrimentos e prejuízos”, é que neste ano, “as subidas no País são de 8% e 7%, respectivamente, e no Algarve a tendência é negativa, ainda que ligeira”.

Por sua vez, nos proveitos totais, também em 2014, “o País e o Algarve ultrapassaram os 13% de aumentos (Janeiro/Maio), mas em 2015 a região algarvia ficou-se apenas por 3,9% e o País atingiu mais 10,4%”.

A União Algfuturo diz que “já se está na época alta sendo normais taxas de ocupação em muitos casos de 100%, havendo expectativas de melhoria dos indicadores de dormidas e proveitos, em que nomeadamente a pressão da procura provocada por problemas noutros destinos sobre os poucos quartos disponíveis na hotelaria permitirá ajustamentos de preços”.

Na opinião desta nova associação, e numa perspectiva geral, “há alguns sinais de que há coisas a mexer, em parte devido a candidaturas a fundos comunitários, mas com inúmeros estrangulamentos”.

Foto: Anabela Loureiro