O ‘Green Gardens Azores’ é um projecto promovido pelo Observatório de Turismo dos Açores (OTA) em colaboração com a Universidade dos Açores que pretende criar uma aplicação móvel para visitas aos jardins dos Açores e de uma página na Internet. A missão é potenciar o segmento de turismo de jardins no arquipélago.
Isabel Albergaria, docente da Universidade dos Açores e investigadora responsável pelo projecto, em declarações à agência Lusa, explicou que o que pretendem “é que haja uma possibilidade de investir mais nos jardins, para que seja um património reconhecido, suficientemente estimado e também possível de se transformar em produto turístico”, defendendo que têm “todas as potencialidades”.
Um dos objectivos deste projecto é promover a “conservação do património”, vertente que vai “ter a duração de três anos e contar com financiamentos de fundos estruturais e da região, nomeadamente da Direcção Regional da Ciência e Tecnologia”, adiantou a responsável.
De acordo com Isabel Albergaria, pretende-se “lançar as bases para potenciar o ‘turismo de jardins’ num arquipélago com grande potencial neste nicho de mercado e que pode ser uma mais-valia para combater a sazonalidade muito característica da região”.
A par do facto de os jardins açorianos serem muito diversificados, possuírem desde lagos e tanques, árvores monumentais e “uma flora subtropical essencialmente e muito centrada na Nova Zelândia e na Austrália, mas também do Extremo Oriente, do Japão e da China”, possui também, e sobretudo, espaços que são “figura de cartaz”, reconhecidos com diversos galardões” e que estão “entre os melhores jardins do mundo”.
O maior exemplo é o Jardim do Parque Terra Nostra, nas Furnas, em São Miguel; mas deste projecto também fazem parte os jardins José do Canto, do Palácio de Santana (sede da presidência do Governo Regional); António Borges, na cidade de Ponta Delgada; Beatriz do Canto e mata Jardim José do Canto, ambos nas Furnas; Jardim Botânico, no Faial; e os jardins Duque da Terceira e Público, em Angra do Heroísmo.
Para já, de acordo com a responsável, já se “começou a recolher alguma informação para dar início às inventariações” que serão realizadas. Inicialmente será apenas num lote “relativamente reduzido” de jardins públicos e privados, na sua maioria em São Miguel, na Terceira e no Faial, mas que, posteriormente, poderão ser alargadas a outros espaços ajardinados.
Numa primeira fase vai proceder-se a “um trabalho de estudo e caracterização”, sendo que o levantamento vai incidir sobre a botânica, equipamentos, caracterização histórica dos espaços e solos, fauna e avifauna, a par dos levantamentos cartográficos e topográficos e das condições de acolhimento dos visitantes. As etapas seguintes passam pela “concepção de estratégias de comunicação e de divulgação que passam pelo uso das novas tecnologias”, sendo que, para este caso, vão “criar uma página 'web' onde poderá haver informação mais detalhada e uma aplicação móvel”.
Isabel Albergaria considerou que os Açores têm potencial para virem a integrar as redes internacionais de turismo de jardins.
Foto: Por José Luís Ávila Silveira/Pedro Noronha e Costa - Obra do próprio, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=8165139