No debate sobre ‘Estratégia Turismo 2027’, que se realizou na Escolha de Hotelaria e Turismo de Lisboa, o presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, Vítor Costa, foi peremptório ao afirmar que o Governo não deve retirar recursos do litoral para o interior.
Neste evento promovido pelo Laboratório Estratégico de Turismo (LET), Vítor Costa afirmou que o Estado deve fazer “uma reflexão profunda” nesta matéria, pois ao retirar recursos do litoral para o interior com o argumento de promover a coesão territorial, corre-se o risco “que não se consiga coesão”, além de que “a oferta que foi instalada no litoral terá falta de procura e, aí, haverá outro problema”.
Na sua opinião o Estado tem de “olhar para as coisas de forma geral”, salientando que Bragança não terá turismo de ‘Sol e Mar’, nem o Algarve terá ‘Turismo de Neve’. Enfatizando, por isso, que não compreende “como é que se tiram recursos do litoral para o interior. Isso não se faz”.
Relativamente a Lisboa, Vítor Costa defendeu que a cidade não enfrenta “excesso de turismo”. Esclarecendo que “os visitantes representam um aumento de 33.700 pessoas na cidade”, pelo que “estamos muito distantes da capacidade”. Na sua opinião o que é necessário é “gerir os fluxos turísticos, melhorando a gestão urbana, melhorando a qualidade dos serviços prestados às pessoas”.
Este evento contou também com a presença do presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, que destacou alguns dos desafios que turismo nacional vai enfrentar nos próximos 10 anos. Entre eles está a promoção do emprego, qualificação, valorização das pessoas e o aumento dos rendimentos dos profissionais do turismo, mitigar as assimetrias regionais e crescer mais do que a concorrência em receitas turísticas.
Combater a sazonalidade é outro dos grandes desafios do País, a par do reforço dos acessos ao destino Portugal e promover a mobilidade dentro do território e conhecer os mercados e adaptar estratégias públicas e empresariais às tendências e alterações de procura.
Vai igualmente haver uma aposta na inovação, em assegurar a conservação e a valorização económica sustentável do património cultural e natural, simplificar a legislação, tornar mais ágil a administração e garantir recursos financeiros e assegurar a sua adequada aplicação.
Foto: Sheraton Algarve & Pine Cliffs Resort