O Ribatejo está na iminência de conquistar um selo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Trata-se da Falcoaria de Salvaterra de Magos que pretende ser classificada como Património Imaterial da Humanidade.

A arte da Falcoaria em Portugal pode vir a ser declarada Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO, já no final de Novembro, durante a 11ª reunião do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, a decorrer na Etiópia.

A candidatura foi apresentada pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos em 2015 - em parceria com a Universidade de Évora, a Associação Portuguesa de Falcoaria e a Entidade Regional de Turismo do Alentejo / Ribatejo - e a decisão será conhecida entre 28 de Novembro e 2 de Dezembro, durante a sessão da Comissão de Especialistas da UNESCO, a realizar na capital Adis Abeba.

O Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial já havia incluído a Falcoaria na sua Lista Representativa em Novembro de 2010. Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, assumiu a liderança e a coordenação desse projecto, apresentado, pela primeira vez na história da UNESCO, por onze países - nomeadamente Bélgica, República Checa, França, Coreia, Mongólia, Marrocos Qatar, Arábia Saudita, Espanha, Síria e Emirados

Árabes Unidos - que individualmente incluíram a Falcoaria no Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial com uma candidatura considerada como "um excelente exemplo de cooperação entre as Nações. Já em 2012, a UNESCO estendeu o reconhecimento de património cultural à falcoaria praticada na Áustria e Hungria.

Agora, será a vez de Portugal, com a candidatura ‘Falcoaria. Património Humano Vivo’, procurar juntar-se a esta lista de países.

A falcoaria foi identificada e definida como uma das mais antigas relações entre o homem e a ave, uma relação com mais de quatro mil anos. A transmissão deste património de pais para filhos, permitiu que esta arte chegasse até nós, ao século XXI.

Em Salvaterra de Magos, a Falcoaria contribuiu para a fixação da família real no concelho, durante longos períodos. A Falcoaria Real terá sido construída por ordem de D. José I na periferia da vila e foi local de encontro de falcoeiros oriundos de vários pontos da Europa.

Em 2009, a Falcoaria Real foi recuperada tornando-se um espaço de cultura e de lazer, recebendo exposições, encontros e workshops relacionados com a temática. Actualmente permite, para além da visita a este edifício ímpar na Península Ibérica, interpretar com a ajuda de um falcoeiro, diferentes espécies de aves de presa, falcões, águias e açores, uma equipagem de voo com cerca de duas dezenas de aves que, diariamente, fazem demonstrações de voo para quem nos queira visitar.

Este edifício é um dos principais cartões-de-visita do Concelho de Salvaterra de Magos, razões que levaram o Executivo Municipal a registar a marca de Salvaterra de Magos - Capital Nacional da Falcoaria em 2014.