A Michelin anunciou que na edição de 2017, o Grande Porto passou de dois para cinco restaurantes distinguidos com as suas estrelas. O presidente da Entidade do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Melchior Moreira, considerou que a Gastronomia e Vinhos é “um produto estratégico de extrema importância” para a região.

O presidente da TPNP considerou que esta atribuição das estrelas Michelin vai propiciar a captação de “mais activos, mais dinheiro e mais economia”. Melchior Moreira salientou que actualmente “mais de 20% dos turistas que chegam ao Porto e Norte de Portugal procuram a gastronomia e vinhos”, sendo por isso mesmo “indiscutivelmente um produto estratégico de extrema importância para combater a sazonalidade e para aumentar a estada média do turista na região”.

Recorde-se que a Michelin anunciou a atribuição das suas estrelas a cinco restaurantes do Grande Porto. Através de Ricardo Costa do The Yeatman, localizado em Vila Nova de Gaia, o Norte do País recebeu pela primeira vez duas estrelas Michelin. Mas da lista estiveram também em destaque os chefes: Rui Paula da Casa de Chá da Boa Nova, em Matosinhos, que conquistou a sua primeira estrela; Vítor Matos que voltou a receber a estrela Michelin mas desta feita no restaurante Antiqvvm, no Porto; o mesmo se passou com André Silva da Casa da Calçada, em Amarante, que também ganhou uma estrela Michelin; e Pedro Lemos do restaurante com o seu nome, no Porto, que manteve a estrela já conquistada em 2014.

Em comunicado, a Michelin considerou que Ricardo Costa, chefe de cozinha do The Yeatman, tem uma “criatividade muito própria, sempre construída com base em abordagens magníficas”. Já em relação a Rui Paula, na Casa de Chá da Boa Nova, referiu que utiliza os produtos do mar Atlântico como “inequívocos protagonistas”.

Na lista para Portugal, a Michelin destacou ainda a cozinha de Benoît Sinthon, no restaurante Il Gallo d'Oro, pelas “incríveis notas de autor que adiciona à cozinha clássica e internacional”. Mereceu ainda o destaque a “cozinha de grande fineza que merece uma paragem” dos restaurantes Alma e Loco, ambos em Lisboa; William, no Funchal; L'And Vineyards, em Montemor-o-Novo (recuperando a estrela que perdera na edição anterior); e Lab by Sergi Arola, em Sintra.

Sobre estes, o mesmo comunicado, revela que Henrique Sá Pessoa (Alma) e Alexandre Silva (Loco) trazem “uma criatividade e boa execução, que garantem uma nova vivacidade à gastronomia da capital”; enquanto a elegância é valorizada no William, L'And Vineyards, e no Antiqvvm. O “carácter intimista que emana personalidade e sofisticação” foi a descrição atribuída ao Lab by Sergi Arola.

Na cerimónia de apresentação do Guia Michelin Espanha e Portugal 2017, que decorreu em Girona, na Catalunha, a directora comercial da Michelin, Mayté Carreño, afirmou que este “é um ano histórico para a restauração e gastronomia portuguesa. Com efeito, são 21 os restaurantes portugueses que fazem parte do ‘guia vermelho’ nos próximos anos, contando com cinco restaurantes de duas estrelas e dezasseis com uma estrela, além das sete novas entradas em relação à edição de 2016 (três restaurantes com duas estrelas e 11 com uma estrela). Ainda assim, a classificação máxima de três estrelas continua a fugir das mãos dos restaurantes portugueses.