No seguimento da aprovação, pela Câmara Municipal do Porto, da proposta de criação de uma taxa turística no concelho, a AHP – Associação da Hotelaria de Portugal anunciou que não concorda com o caminho que a autarquia pretende seguir.

Em comunicado, a AHP refere que não concorda com o facto de a verba resultante da taxa turística reverta para a compra de património a disponibilizar para arrendamento aos munícipes.

Através do seu presidente, Raul Martins, a AHP afirma: “Não podemos estar de acordo com taxas turísticas que se destinem a investimentos que nada tenham a ver com o sector e que no fundo impõem à hotelaria o financiamento de compra de património como instrumento de intervenção no mercado imobiliário”.

Referindo também que “é nosso entendimento que deve haver diálogo entre a Câmara Municipal do Porto e as associações em representação dos hoteleiros e demais parceiros da actividade turística”.

O documento avança que se se impõe aos hotéis e demais alojamento que cobrem taxas aos turistas por conta da câmara, no mínimo as verbas devem ser aplicadas no desenvolvimento e promoção turística dos destinos, contribuindo assim para a melhoria dos espaços frequentados pelos turistas, o que também beneficia directamente os habitantes, e os privados devem participar nas propostas de aplicação dessas verbas em projectos e iniciativas efectivamente dedicadas a esse fim. E a cidade do Porto, cuja excelência como destino urbano de referência é unanimemente reconhecida, merece bem este esforço!”, acrescenta o presidente da AHP.

A associação reconhece que é necessário rever a política urbanística das cidades e o equilíbrio entre o desenvolvimento do turismo, a fixação de habitantes e a captação de investimento imobiliário. Considerando também que importa que as câmaras apoiem a habitação nas cidades para que a sua mobilidade seja melhorada, e para que a capacidade de carga das diversas zonas não seja excedida para que as infraestruturas, preparadas para uma determinado volume de utilização, não entrem em rotura.

A AHP, como associação nacional, já se pronunciou no âmbito da consulta pública do procedimento administrativo de elaboração do regulamento ‘Taxa Turística do Porto’ que terá como objecto a criação da referida taxa e aí sinalizou a sua discordância e apresentou propostas alternativas. A associação está, no entanto, disponível para em conjunto com a Câmara Municipal do Porto e os seus associados encontrar soluções e ideias para ajudar a resolver de forma equilibrada os problemas de crescimento do turismo na cidade do Porto.

 

Foto: Anabela Loureiro