O presidente da Comissão Executiva da ANA Aeroportos, Carlos Lacerda, afirmou no Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que decorreu em Coimbra, que se a empresa tivesse mais espaço aéreo poderia aumentar o número de passageiros em Lisboa.
Os constrangimentos que existem no aeroporto de Lisboa, nomeadamente o facto de o espaço aéreo estar dividido com quatro bases militares, foi, desde logo, a primeira crítica de Carlos Lacerda. O que o levou a afirmar: “Dêem-nos o espaço aéreo que nós fazemos crescer o número de passageiros em Lisboa”.
Não obstante, até à entrada em funcionamento do novo aeroporto no Montijo, em 2022, Carlos Lacerda considera que ainda será viável o crescimento desta infra-estrutura da capital: “Se tivermos espaço aéreo, não vai ser por falta de investimento no solo que nós não vamos continuar a fazer o crescimento (em Lisboa). Antecipando já isso, já começamos a fazer o investimento. Estamos à espera que alguém nos diga que vai haver mais espaço”.
Com efeito, como avançou, “o terminal é uma situação que não nos preocupa, os investimentos estão a decorrer”, referindo-se aos trabalhos aprovados para mais portas de embarque, maior rapidez no controlo e uma zona mais ampla de check-in.
De acordo com os dados avançados, a capacidade declarada do aeroporto Humberto Delgado é de 40 movimentos por hora, estando a operação média em 38 movimentos por hora. Ainda assim, segundo Carlos Lacerda, Lisboa pode crescer para “42/44 movimentos por hora” com a libertação do espaço aéreo. Mau grado, para isso será necessário um novo software de controlo aéreo da NAV que, aliás, está previsto na proposta de Orçamento do Estado para 2018.
Existe ainda a possibilidade do alargamento do horário para realização de voos mas que, como Carlos Lacerda salientou, “ não requer software adicional mas tem que ver com o impacto que tem na qualidade de vida das populações”. Mas este "é um tema que tem de ser discutido com o Governo e com a Câmara Municipal de Lisboa”, concluiu.
Foto: Anabela Loureiro