O Vila Galé anunciou que vai investir mais quatro milhões de euros num novo projecto de agroturismo. Este espaço será dotado de 80 camas e vai localiza-se perto do Clube de Campo, em Beja, Alentejo.
O Clube de Campo faz parte do grupo Vila Galé há cerca de 20 anos, estando a ser projectados planos de expansão na unidade de Beja com a plantação de mais olival e alargamento do lagar e nas imediações, a três quilómetros deste hotel, vai investir “cerca de quatro milhões de euros” num novo hotel “com 80 camas” para um segmento diferente de clientes.
O presidente do grupo hoteleiro, Jorge Rebelo de Almeida, em declarações à Lusa, explicou que “este projecto de agroturismo não está aprovado ainda (pela Câmara Municipal de Beja)”, acrescentando que “não se trata, neste caso, de ampliar o Clube de Campo”, é antes “fazer um outro hotel, que fica a três km daquele”, que fica “dentro da propriedade” mas que “é um projecto autónomo”.
De acordo com Jorge Rebelo de Almeida este “será um hotel mais sofisticado e mais direccionado para casais”, ao contrário do Clube de Campo que está mais vocacionado para famílias.
Apesar disso, estão também previstos planos de expansão para o Vila Galé Clube de Campo. Recorde-se que neste espaço já se produz vinho, azeite e fruta e detém cerca de 200 quartos, mas o presidente do Grupo anunciou que pretendem “plantar mais olival”, acrescentando assim mais “100 hectares” aos 160 que detém, estando também equacionado a construção de um lagar.
Sem se comprometer com uma data para avançar com este projecto, explica que tal “tem a ver com o momento de aprovação: Candidatámo-nos a um programa de apoio para a plantação de mais olival e para o lagar. Assim que esteja desbloqueado, avançamos. Mas não dependendo de nós, não posso dizer uma data. Da nossa parte temos tudo preparado”.
Conforme adiantou, neste espaço agrpturístico a produção tanto é para abastecer o grupo como para exportação: “Os vinhos são vendidos nos nossos hotéis em Portugal e no Brasil. Exportamos para vários países. Começou por ser uma coisa relativamente pequena e hoje já é uma actividade. Fazemos um milhão de garrafas de vinho e, por isso, já temos alguma dimensão”. Além disso produzem ainda para outros produtores da região.
Jorge Rebelo de Almeida considera que, embora o grupo exporte cerca de “30% para o Brasil”, a realidade é que “ainda são quantidades pequenas”. Acrescentando que “estávamos a exportar para Angola e Moçambique, mas está em redução face às dificuldades que aqueles países estão a atravessar novamente. Mas exportamos para a Suíça, Luxemburgo, França. Mas com maior expressão é mesmo o Brasil”. A aposta agora passa por “manter” as vendas para estes mercados.
Quanto à actividade do Vila Galé Clube de Campo, Rebelo de Almeida refere que não é uma unidade hoteleira que faça “taxas de ocupação muito elevadas”, apesar de já ter chegado aos 70% de ocupação. Conforme avançou, os últimos números revelam que “tem andado abaixo disso, nos 55%, o que é pouco, porque está cheio aos fins-de-semanas, mas como é um hotel muito de famílias - e durante a semana as crianças estão na escola - a ocupação cai nos dias úteis. Nas férias das crianças, Julho e Agosto, estamos completamente cheios, por exemplo. Depois há quebras”.
A nível promocional, Jorge Rebelo de Almeida refere que desenvolvem “várias acções”. Como diz: “Curiosamente no Brasil para Évora captamos imensos brasileiros, mas para este não. Évora tem muito nome. O turista desloca-se porque tem alguma ideia do que vai ver. Évora tem muita notoriedade no Brasil. Até o facto de estar lá a Embraer é uma referência para eles”. Do lado oposto surge a vizinha Espanha, estranhando não terem “muito êxito com os espanhóis”, uma vez que se trata de um mercado que “vai para Lisboa, para o Porto, para o Algarve” e que “aqui para o Alentejo vem pouco”. Mas como sempre nada o demove e o optimismo impera pelo que diz: “Temos que o empurrar para cá”.
Foto: Vila Galé