Esta afirmação foi proferida pelo bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. Domingues Azevedo advertiu para o facto das medidas propostas na reforma da fiscalidade verde irem sobrecarregar os portugueses com impostos, esquecendo quem são os “verdadeiros causadores dos problemas ambientais”.
Para o bastonário são “os cidadãos que vão pagar estas situações e os poluidores, aqueles que ganham fortunas, não respeitando o ambiente, o que lhes acontece”. Na sua opinião, devia ser resosto o “princípio sagrado de que quem polui é que deve pagar e não quem sofre as consequências da poluição".
Embora admita que os portugueses devam estar mais sensibilizados e consciencializados com as questões ambientais, defende, acima de tudo, que o princípio do "poluidor-pagador" deve permanecer válido.
O aumento do preço dos combustíveis e da energia, um imposto sobre o transporte aéreo de passageiros e uma taxa sobre os sacos de plástico são algumas das medidas propostas ao Governo pela Comissão para a Reforma da Fiscalidade Verde. Mau grado referiu que, apesar de desconhecer o documento, acha que, provavelmente, deve ser “um pouco mais do mesmo, não traz nada do novo”, já que considera que “anda-se a procurar tentar encontrar fontes de receitas onde elas não existem”. Com isto as pessoas já se encontram “exauridas e já não podem mais”.
O ante-projeto de reforma que a comissão entregou na quarta-feira ao Governo contempla a tributação do carbono através de "uma reformulação da estrutura do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (IPS), com a criação de uma componente (adicionamento) calculada com base nos factores de emissão daquele gás e tendo em conta o valor definido pelo legislador para a sua tonelada". Para o bastonário o imposto sobre os produtos petrolíferos já é "demasiado pesado" e o "argumento para o imposto carece de ser repensado, porque os combustíveis em Portugal já têm mais de 70% de imposto e 20% apenas do valor do custo real". Por isso, acredita que "sobrecarregar mais os combustíveis é, daqui a pouco, condenar as pessoas a não terem mobilidades, com as consequências todas" que esta situação terá para o comércio e para a "dinâmica da economia".