Como já vem sendo hábito, a Quercus divulgou a lista dos piores e melhores factos ambientais do ano. No topo surge a poluição no rio Tejo como o pior e a legislação que penaliza o consumo de sacos de plástico entre os melhores de 2015.
Em 2015 o pior foi mesmo a poluição do rio Tejo, sendo que a Quercus já tinha alertado para os “recorrentes episódios de poluição” que fazem com que se “apresente, ano após ano, mais degradado e ameaçado”, além de terem sido “detectadas barreiras que impedem a migração” de peixes.
A lista de piores factos ambientais inclui ainda as metas de reciclagem de lixo; o aumento de eucaliptais “à custa sobretudo da conversão de pinhais-bravos”; a fraude nas emissões de gases nos veículos a gasóleo do grupo Volkswagen; os incêndios florestais; a falta de alimentos para aves necrófagas; o Parque Eólico da Torre de Moncorvo projectado para uma zona de protecção; o envenenamento ilegal de aves em perigo de extinção, como o abutre-preto e o abutre-do-Egito; o regime extraordinário de regularização da actividade de estabelecimentos e explorações sem licença que são “em geral empresas altamente poluidoras ou negligentes no cumprimento das normas ambientais”; e o uso doméstico e agrícola de glifosato, um herbicida que pode causar cancro.
Entre os melhores factos ambientais de 2015 conta-se a recuperação de populações de animais que estiveram extintas, como a águia-imperial-ibérica e o lince-ibérico; o nascimento, na zona do Ribatejo, de vários movimentos cívicos, nomeadamente em defesa do rio Almonda; a legislação sobre fertilizantes produzidos com lixo biodegradável; o acordo climático de Paris; e a criação de equipas caninas da GNR para detecção de venenos em zonas protegidas, como o Vale do Guadiana e o Tejo Internacional.
Para 2016 a Quercus faz votos para que os municípios optem mais por métodos não químicos e alternativos aos herbicidas para combater plantas infestantes; que o Estado invista mais na educação e sensibilização ambiental para as áreas protegidas; e que o Estado também “tenha uma voz activa” junto do governo espanhol para que a central nuclear de Almaraz “encerre definitivamente a sua actividade” e sejam criadas guias electrónicas de acompanhamento de resíduos para “ajudar na fiscalização e no registo adequado das operações de gestão” do lixo produzido.
Foto: Anabela Loureiro