A Casa Comum da Humanidade, projecto internacional que engloba cientistas de várias áreas, vai ter como sede a cidade do Porto. De acordo com o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, este vai ser um “local de referência e reflexão sobre a procura de modelos de organização e uso do sistema terrestre”.
Em declarações à agência Lusa, João Matos Fernandes explicou que este é “um projecto de longo alcance” e que visa modelar “aquele que é o comportamento ambiental de cada um de nós, mas à escala do planeta”.
Já a escolha do Porto para a sede desta organização, o ministro adiantou que tal fica a dever-se ao envolvimento dos “protagonistas” deste projecto - Universidade, autarquia e juristas portuenses – que vão dar uma “determinada ordem jurídica” a este espaço.
Como objectivo de ser um centro ligado às “diversas ciências”, a Casa Comum da Humanidade será um espaço onde cientistas, pensadores e investigadores vão usufruir de um “local de referência e reflexão sobre a procura de modelos de organização e uso do sistema terrestre”. A sua missão é construir um “sistema de protecção e organização jurídicos” que consiga “representar, proteger e manter as condições vitais deste ‘património natural intangível’ que é o sistema terrestre da humanidade”, revela o documento do protocolo assinado no dia 17 de Julho de 2016. Além disso, a Casa Comum pretende, a médio prazo, apresentar uma candidatura ao reconhecimento do estado favorável do Sistema Terrestre junto da UNESCO, para que este seja reconhecido como bem jurídico global, “que existe dentro e fora das soberanias”.
Na cerimónia de assinatura o presidente da autarquia portuense, Rui Moreira, afirmou que este projecto “é um grande desafio mas é também um atrevimento absolutamente delicioso e desconcertante”. Ainda assim, advertiu que não pretende “deixar que este frenesim local nos absorva e nos tolde a amplitude e a consciência do papel que as cidades, em particular o Porto, podem e devem significar à escala global”.
O protocolo foi assinado pelo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, pelo reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo, e pelo presidente da Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável e mentora da Casa Comum da Humanidade, Francisco Ferreira, entre outras figuras ligadas ao projecto.
De acordo com comunicado da autarquia, a Casa Comum da Humanidade vai contar com a participação de investigadores e parceiros internacionais, sendo que a organização espera alargar esta iniciativa a outras instituições, empresas e cidadãos, de forma a ampliar a base de apoio da referida candidatura, acrescenta o comunicado da autarquia.
Fonte: porto.pt / Foto: porto.pt/Filipa Brito